
Bonsai Pyracantha Coccinea.
O nome do bonsai Pyracantha Coccinea é originário da Grécia.
Pyros quer dizer fogo e Acantha espinho.
A pyracantha é da família das Rosáceas e é constituida por sete espécies. Seis são originárias da Ásia, China, Himalaias e uma da Europa, a pyracantha coccinea.
Na natureza a pyracantha pode atingir entre dois a cinco metros de altura.
A pyracantha angustifólia que é a mais conhecida na Europa é originária da Ásia.
O bonsai pyracantha coccinea é surprendente.
De fácil cultivo, muito atraente na primavera graças às suas minúsculas e numerosas flores brancas, que são melíferas, a seguir formam-se pequenas bagas que se coloram no outono de tons amarelo, laranja ou vermelho que perduram até o fim do ano, dependendo das espécies, que como já mencionamos são sete provenientes de híbridos ou de cultivares.
Inconveniente:
- A pyracantha tem inúmeros picos ou espinhos e é muito sensível ao fogo bacteriano quando as condições de cultivo são menos favoráveis.
É um bonsai de exterior, resistente e de fácil manutenção e por isso, recomendado para iniciantes.
Existem inúmeros híbridos e mais de cinquenta cultivares de bonsai pyracantha com cores vermelho, amarelo e laranja.
Lembrete:
- Um híbrido é o resultado de um cruzamento entre duas plantas do mesmo género ou espécie.
Os híbridos podem ocorrer naturalmente ou ser criados pelo homem através da polinização controlada. Para identificar a hibridação, será colocado um x à frente do género para uma hibridação de género ou à frente da espécie para uma hibridação de espécie.
- Um cultivar é o resultado de uma hibridação, de uma seleção ou de uma mutação.
Ler mais sobre a botânica e o bonsai.
A espécie é a segunda palavra da nomenclatura a seguir ao género que é o primeiro termo e é escrita em minúscula e em latim. A espécie distingue os indivíduos de um mesmo grupo. As plantas do mesmo grupo podem reproduzir-se umas com as outras, mas geralmente não podem reproduzir-se com membros de outra espécie. As características genéticas únicas desta espécie são reproduzidas de geração em geração através das suas sementes.
A seguir algumas espécies de pyracantha conhecidas até hoje:
- Pyracantha angustifólia
- Pyracantha atalandoides
- Pyracantha coccinea, é a espécie mais rústica
- Pyracantha crenatoserrata
- Pyracantha crenulata
- Pyracantha koidzumii
- Pyracantha rogersiana.
A pyracantha é um arbusto espinhoso com vários troncos. Os jovens caules cinzentos tornam-se pretos com a idade e muito rígidos.
A folhagem da pyracantha pode ser perene ou semi-perene.
A principal diferença entre a pyracantha coccinea e a pyracantha angustifólia está na folha e no tamanho do fruto:
- Pyracantha coccinea, é reconhecível pela sua folha mais pequena e mais arredondada e o seu fruto mais pequeno. O bonsai pyracantha coccinea desenvolve raízes magníficas com o tempo.Nascem muitas raízes não muito grossas, o que facilita o trabalho no estilo ishitsuki, ou seja, árvore crescendo na rocha, sekijoju, ou seja, raízes sobre rocha ou igualmente neagari, estilo de bonsai com as raízes expostas. Na natureza a erosão do solo por ações climáticas como a chuva pode levar as árvores a ficarem com as raízes expostas.
DICA:
- Para conseguir um bonsai destes estilos temos que começar com uma árvore ainda pequena que iremos colocar num recipiente tipo garrafa que podemos cortar ou vaso de madeira, mas com partes laterais amoveis. Em seguida colocamos a árvore certificando-nos de que as pontas das raízes estão no substrato, que por norma deverá preencher metade até dois terços do recipiente. Também podemos introduzir uma pedra, não calcária, entre as raízes. Depois completamos o enchimento com areia até ao nebari. Mais tarde e a seguir a uma estação de crescimento cortamos a garrafa a partir de dois centímetros, fazemos um corte horizontal ou retiramos uma tábua no caso de um vaso de madeira, para deixar passar a areia. As raízes, que ficaram então expostas ao ar, endurecerão. Iremos repetir esta operação até que a areia tenha desaparecida completamente e a árvore consiga segurar-se de pé sobre as suas longas raízes. No caso das tábuas de madeira, é preciso montá-las umas em cima das outras em forma de cubo, e colocar o substrato e a árvore dentro. Depois retirar gradualmente as tábuas para deixar as raízes expostas ao ar.
Para obter bons resultados, é necessário garantir que as raízes estejam suficientemente fortes para suportar o peso da árvore e que se assemelham a vários troncos. Nesta fase temos que ter uma particular atenção às raízes para não expô-las diretamente ao sol porque podiam desidratar, mas sim de forma progressiva até ficarem duras e de côr escura.
Em contrapartida o facto de produzir raízes espetaculares com o tempo, não favorece a criação de um ótimo nebari.
Ler artigo sobre o nebari.
- Pyracantha angustifólia: folha mais alongada e fruto de tamanho maior vermelho, laranja ou amarelo. É mais fácil obter um nebari aceitável.
Regra geral, as folhas são simples e elípticas, com cerca de quatro a seis centímetros de comprimento, de cor verde brilhante e ligeiramente dentada. São semi-perenes ou perenes dependendo da região e do clima.
As flores pequenas e brancas de meio-centímetro até um centímetro, têm cinco pétalas e surgem em meados da primavera em pequenos rebentos produzidos no verão anterior, em cachos apertados, contrastando de forma original com a folhagem escura, especialmente em abril e maio.
As flores são melíferas e polinizadas por abelhas dando origem a pequenas bagas com menos de um centímetro de diâmetro, mas que dão uma cor magnífica ao bonsai no outono e no inverno, devido a sua grande quantidade.
Estas bagas são muito procuradas pelos pássaros.
Temos que ter cuidado e vigiar sobretudo os melros que gostam particularmente das bagas, porque podem ao mesmo tempo estragar o torrão do bonsai.
DICA:
- É preferível retirar os frutos antes do fim do outono, para evitar que os ramos se esgotem e morram, muitas vezes os frutos ficam até muito tarde no bonsai podendo esgotar os recursos do mesmo. Podemos recuperar os frutos para futuras sementeiras, guardando-os na gaveta dos legumes do frigorífico até a altura de semear.
É relativamente fácil de moldar a pyracantha, mesmo sendo muito vigoroso podemos podar com severidade e assim obter formas desejadas com rapidez.
Em princípio optamos sempre pelo estilo ereto Chokkan, com inclinação Shakan ou também com raízes expostas sobre pedra ou neagari
Ler mais sobre os estilos do bonsai.
Muito rústico a pyracantha gosta de sol, mas convém protegê-la do sol direto no verão pelo menos entre as onze e as dezasseis horas. Um guarda-sol ou uma rede de sombra apropriada é indispensável para não queimar as folhas.
Ler artigo sobre o sombreamento do bonsai.
Adubar com adubo líquido como para os restantes bonsais, que é uma vez por semana de fevereiro até fim de junho e de quinze em quinze dias de julho até fim de setembro, fazendo uma aplicação com o adubo biogold líquido uma vez por mês.
Aplicar o adubo orgânico biogold sólido no fim do outono início do inverno.
Ler mais sobre o adubo orgânico biogold para bonsai.
NOTA:
- Cuidado com a fertilização, é recomendado aplicar um adubo muito equilibrado, muito azoto pode desequilibrar o substrato e provocar doenças e danos irreparáveis. A pyracantha gosta de muito adubo sobretudo durante o período de maior crescimento, mas temos que reduzir consideravelmente a fertilização no momento da floração, o excesso de adubo pode contribuir de forma negativa ao desenvolvimento da flor.
Nos transplantes utilizar um bom substrato como a akadama hard quality, que iremos misturar com pómice para os bonsais pyracantha com mais de oito anos de idade.
O transplante do bonsai pyracantha:
Pode ser efetuado de três em três anos entre dezembro e fim de fevereiro.
Nota:
- A pyracantha sendo um bonsai de desenvolvimento muito vigoroso, é aconselhável vigiar o crescimento das raízes e se necessário envasar a cada dois anos.
Mas cuidado, o bonsai pyracantha não gosta muito que se mexa nas raízes.
Podemos reduzir as raízes, mas com precaução para forçar a criação de um nebari mais acentuado. Será sempre mais seguro conservar uma boa parte do bloco de raízes.
Poda do bonsai pyracantha:
A poda de estruturação deve ser efetuada durante o período de dormência, ou seja, de seiva parada de dezembro até fim de fevereiro. A fim de garantirmos uma abundante floração, nunca devemos retirar os ramos mais pequenos e mais curtos. Apenas os ramos demasiado longos devem ser podados. Estes devem ser cortados imediatamente acima de um pequeno ramo horizontal virado para o exterior. Numerosos ramos secundários formar-se-ão ao longo do ramo e produzirão flores e frutos no ano seguinte.
Durante o período de crescimento ativo, é preferível podar apenas os novos rebentos vigorosos para não enfraquecer os ramos inferiores. O beliscão provoca uma delicada ramificação.
No início do cultivo do bonsai pyracantha ainda jovem, convém não darmos muita importância à floração, mas sim prioridade à formação da estrutura da árvore, é certo que quanto mais podarmos a pyracantha menos flores irá ter, mas nesta fase não será um problema.
DICA:
- Conservar sempre os ramos mais curtos e suprimir os mais compridos.
- Também é possível utilizar a ligatura com arame de alumínio anodizado. A aramação deve ser efetuada no fim de maio início de junho, ou entre o meio de outubro e o meio de novembro. É mais fácil aramar as árvores jovens e os rebentos mais novos. Os ramos velhos ou grossos são mais frágeis e podem quebrar facilmente. Antes de aramar, podemos deixar secar o substrato durante alguns dias e depois molhar a casca imediatamente antes de aramar. A aramação do bonsai pyracantha não é das mais fáceis por causa dos inumerosos e agressivos picos, por isso recomendamos o máximo de atenção e prudência.
Ver como aramar o bonsai
Multiplicação do bonsai pyracantha:
De fácil propagação por sementeira para pyracantha angustifólia e coccinea em março-abril e estacas para angustifólia no fim de agosto início de setembro com alguma madeira madura. Recolha das estacas no fim do verão e no início do outono, com madeira já amadurecida, daí o nome de estaca semilenhosa.
Ler mais sobre a estaquia do bonsai.

Conselhos para a sementeira:
- Pyracantha angustifólia: deixar de molho durante vinte e quatro horas e semear com temperatura de dezoito graus centígrados. A estratificação a frio a quatro graus durante noventa dias também pode ajudar a germinação.
Um grama contém cerca de cento e cinquenta sementes com uma taxa de germinação de quanrenta por cento.
- Pyracantha coccinea: processo igual à pyracantha angustifólia. Um grama contem cerca de trezentas sementes e a taxa de sucesso é de mais ou menos trinta por cento em laboratório.
A partir de sementeira conseguimos um nebari muito mais bonito.
Propagação igualmente possível por alporquia aérea de ramos velhos de pyracantha no início da primavera, pode ser muito bem sucedida e é o método mais popular no Japão.
Alporquia aérea ou Toriki em japonês: este é o método de propagação do bonsai mais utilizado e sobretudo o mais fácil e menos dispendioso. É uma técnica de multiplicação da planta acima do solo, executada diretamente sobre um caule lenhificado, ou seja, com a aparência de madeira. O desmame, ou por outras palavras, a separação do rebento da árvore-mãe tem lugar no inverno ou o mais tardar na primavera seguinte.
Ler artigo original sobre a alporquia do bonsai.
As doenças do bonsai pyracantha:
- Uma doença comum da pyracantha é causada por um fungo Fusicladium Pyracanthae e a doença afeta tanto as flores como os frutos. Aparece primeiro na folhagem com manchas amarelo-esverdeados e com o desenvolvimento da doença tornam-se mais pretas. A doença tende a ser mais grave com um ambiente mais húmido e uma temperatura mais amena. A sarna hiberna na folhagem do ano anterior, por isso devemos vigiar e eliminar as folhas aferadas ou pulverizar com um fungicida logo no início do outono.
- O fogo bacteriano causado pela bactéria Erwinia Amylovora, o fogo bacteriano é uma doença causada por um agente patogénico conhecido como bactéria Erwinia Amylovora, que é muito perigosa e contagiosa e capaz de infetar mais de cento e quarenta espécies de plantas. A doença, com origem na América do Norte, apareceu na Europa na década de setenta e causou grandes danos na produção de frutas, mas também destruiu plantas ornamentais.
Principalmente ativo de maio a setembro, é portanto, durante esses meses que se deve estar mais atento e observar o aparecimento de novos sintomas.
Esta doença é particularmente identificável pelo escurecimento das folhas e murcha dos rebentos.
- As folhas ficam escuras, como queimadas, mas presas na árvore;
- Os ramos de flores ficam pretos, os jovens rebentos secam e enrolam-se;
- Os orgãos afetados segregam um líquido viscoso castanho amarelado em forma de gotículas contendo um grande número de bactérias;
- Para reduzir o risco de propagação, podemos retirar as folhas desde o primeiro momento da aparição das manchas pretas, cortando-as com uma tesoura que teremos que desinfetar a seguir. As folhas assim cortadas deverão serem queimadas. Caso o bonsai tenha muitas folhas atacadas, então o mais seguro será destruir a árvore, queimando-a para não correr o risco de alastrar a toda a coleção.
Ler artigo original sobre o fogo bacteriano e o bonsai.
DICA:
- De forma a reduzir a propagação do fogo bacteriano convém não deixar crescer os ramos em demasia, podar quando tiverem três a quatro folhas novas pode ajudar na redução do alastramento. De facto, os ramos novos e muito mais compridos, são muitos tenros e mais propícios a ataques da bactéria Erwinia Amylovora. Podar com regularidade na primavera permite manter uma certa segurança em relação a algumas doenças, respeitando sempre a utilização de ferramenta limpa e queimando os restos de poda para evitar possível contágio.
- O fungo Botryosphaeria provoca sintomas idênticos. As folhas murcham e morrem, os ramos desenvolvem cancro e a madeira fica descolorida. Podemos controlar essa doença cortando as partes infetadas muito abaixo da zona infetada ou com aplicação de fungicidas.
- Outro problema com a pyracantha é o Verticillium, causado por um fungo que existe no solo. Os sintomas incluem a murchidão dos galhos, amarelecimento da folhagem, crescimento diminuto e desfoliação.
- O bonsai pyracantha pode estar sujeito a uma grande variedade de predadores sugadores, como os pulgões da macieira, as três espécies de cochonilhas e o percevejo reticulado do marmelo.
Como minimizar o impacto das doenças do bonsai pyracantha?
- O mais importante é termos uma particular atenção no modo de cultivo que praticamos, podemos reduzir ao máximo qualquer tipo de doença do bonsai pyracantha, basta respeitar algumas condições como regar sempre de manhã, evitar deixar o torrão encharcado durante a noite, utilizar um substrato de excelente qualidade como a akadama ou uma mistura de akadama com pómice para evitar o apodrecimento das raízes, privilegiar um adubo orgânico como o biogold, trabalhar com ferramenta muito bem afiada e sobretudo limpa e desinfetada com álcool e em caso de doença queimar as partes infetadas para não corrermos o risco de contaminar os outros bonsais.
Nos exemplares mais velhos de bonsai pyracantha coccinea podemos aplicar o biogold todo o ano a cada três meses, respeitando uma pausa em outobro.
O bonsai coccinea numa coleção.
Em resumo a pyracantha é um bonsai muito aprecido pelas suas raízes expostas, as suas flores muito pequenas e sobretudo pelos seus frutos, abundantes e espetaculares que permanecem na árvore desde da primavera até ao inverno. Podemos recuperar as sementes para sementeira na primavera seguinte.
A pyracantha sendo um bonsai de fácil manutenção é sem dúvida uma espécie notável e indispensável que irá sempre realçar numa coleção no momento da floração e da produção das suas admiráveis bagas que podem ser de variadas cores.
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