O outono e o bonsai.
No outono os bonsais ficam com uma coloração espectacular.
É quando as folhas mudam de cor passando do verde para amarelo, laranja avermelhado acabando castanhas e por fim caem no solo. É particularmente notório no ginkgo biloba e no carpinus coreano ficando com uma tonalidade amarelo dourado, sendo uns dos primeiros bonsais a sentir os efeitos do outono.
No outono o bonsai também é espectacular.
Para o bonsai, o outono prepara-se já no final do verão com o repouso de curta duração.
A partir de meados de Agosto, quando os dias começam a ficar mais curtos e também menos quentes, a vegetação vai reduzindo de intensidade, a seiva começou a fase descendente, quer dizer que a seiva já não transporta os açúcares, inicialmente produzidos pela fotossíntese, já que as folhas estão a perder intensidade.
É nessa altura que reparamos que as folhas das caducas começam a mudar de cor e as agulhas dos pinheiros ficam amarelas no final dos ramos, logo por baixo do gomo e das últimas agulhas de cada ramo. As últimas agulhas na extremidade de cada ramo devem estar verdes, caso contrário algo indesejável aconteceu e o ramo está a morrer.
É também nesta altura ou seja no fim do verão que aproveitamos para fazer estacas semi-lenhosas da maioria das espécies de bonsais perenes e coníferas.
Uma estaca é um fragmento que foi cortado de uma planta e que se desenvolve conservando os seus próprios caracteres. Uma planta pode, portanto, ser fragmentada ou dividida e produzir novos indivíduos absolutamente semelhantes a ela. A propagação por estaca ou vegetativa, preserva integralmente os caracteres das variedades ou seja os caracteres do pé-mãe. Ao contrário da reprodução por sementeira que, obviamente, mantém as características específicas, ou seja como espécie, mas não mantêm os caracteres da variedade a menos que sejam corrigidos: isto é, se eles pertencerem a linhas puras, obtidos pelo método de cultura selectiva durante muito tempo.
A vantagem da estacaria é que dá origem a réplicas de uma planta de especificidades idênticas. Enquanto a reprodução por sementeira pode produzir indivíduos muito diferentes da variedade da qual a semente é derivada, uma estaca permite obter seguramente a mesma variedade da planta mãe.
Semi lenhosa, é a estaca de mais fácil elaboração e a mais habitual no mundo hortícola, aplica-se a muitas espécies perenes e coníferas. Recolha das estacas no final do verão e no início do outono com madeira já amadurecida.
Consiste en recolher ramos com uma parte amadurecida e outra mais tenra e ainda verde na extremidade, em regra geral em agosto até meados de setembro.
Cortar um ramo de dez a quinze centímetros de comprimento, sempre abaixo de um nó, única zona onde podem nascer as futuras raízes. Tirar os galhos laterais e tirar também a quase totalidade das folhas, deixando apenas as duas ou três últimas folhas, o objectivo é preservar as reservas nessas últimas folhas, que por outro lado não podem ser muito grandes para não desperdiçarem a água pela evaporação ou evapotranspiração potencial.
As estacas serão de seguida enterradas até metade da altura num substrato muito leve, apertando bem em volta para não deixar ar junto ao ramo o que provocaria a secura impedindo o nascimento de novas raízes. Manter num ambiente húmido tipo nevoeiro até começar a ganhar as primeiras raízes, depois passar a regar com micro aspersores.
Ler o nosso artigo original sobre como conseguir um bonsai a partir de estaca.
A seguir ao primeiro período de repouso, temos a maturação e a verdadeira preparação para o repouso vegetativo do outono.
O Outono é no dia vinte e dois de Setembro, mas é quando as folhas começam a cair e os dias a ficarem cada vez mais curtos e mais frios, que o nosso Bonsai se está a preparar para a dormência de inverno, até a seiva parar.
Podemos começar a aplicar um adubo orgânico como por exemplo o biogold.
O adubo orgânico biogold original é um adubo orgânico em formato de granulado triangular limpo, cem por cento natural e não tóxico, especialmente indicado para bonsai e tem uma combinação equilibrada de nutrientes, vitaminas e minerais que fornece tudo o que o bonsai precisa para um crescimento saudável e vigoroso.
Não haverá necessidade de aplicar outros fertilizantes ou vitaminas.
Poderá notar uma melhoria significativa na taxa de crescimento e na qualidade da floração.
O adubo Biogold original é fabricado por fermentação lenta e um criterioso processo bacteriológico.
Contém uma gama completa de nutrientes e micronutrientes que incluem cálcio, magnésio, vitaminas naturais e outros minerais, o que melhora significativamente o crescimento do bonsai.
Com 100% de ingredientes orgânicos naturais, é amigo do ambiente. Não tóxico e inofensivo para animais de estimação.
Os ingredientes totalmente orgânicos libertam os nutrientes lentamente, por isso há pouco risco de queimarem as raízes.
Ler artigo original sobre o biogold para bonsai
A Dormência no inverno
O inverno começa no dia vinte e um de Dezembro, com os dias mais frio, mais curtos e queda das folhas nas plantas caducas, a vegetação está completamente parada e a seiva estagnante.
Com a seiva parada, será a altura ideal para proceder à poda de estruturação, assim teremos a garantia de não enfraquecer o bonsai.
A poda de estruturação do bonsai permite manter a árvore compacta e definida.
A poda de estruturação do bonsai consiste em definir as bases gerais do tronco e dos ramos principais, elementos decisivos para transmitir a percepção que o autor quer dar ao seu bonsai: força, elegância, ligeireza, movimento… poda que também pode ser realizada ao mesmo tempo que o transplante e assim aproveitar para conseguir o equilíbrio entre a parte aérea e a parte radicular.
A maioria das espécies de árvores transformadas em bonsai tem dominância apical, significa que o crescimento é favorecido nos brotos terminais, seja no ápice ou nas extremidades dos ramos, em detrimento dos outros ramos secundários mais baixos.
O objetivo principal da poda de estruturação, é a estética do bonsai, provocando uma nova rebentação mais compacta e sobretudo mais perto dos ramos primários de forma a equilibrar a entrada da luz e dar mais vitalidade aos ramos mais baixos e de segundo nível.
Estamos assim a melhor distribuir a energia no conjunto dos ramos a partir do início da árvore e não no fim, como acontece na natureza por razões de sobrevivência.
Na natureza é a árvore mais alta e mais forte que sobrevive ao contrário da mais pequena e mais débil que acaba por morrer.
Ler mais sobre as florestas por perceber melhor.
No bonsai temos possibilidade de remediar esse problema, reequilibrando as forças e a energia através da poda de estruturação.
A poda regular dos ramos tem como finalidade o aumento do número de brotos e visto as raízes estarem limitadas num espaço reduzido no vaso, o bonsai deve repartir a energia em direcção a uma maior quantidade de folhas, que ficam assim cada vez mais pequenas.
É a lei da proporção, quanto mais folhas houver para alimentar, mais pequenas se tornam é um fenômeno natural, mas que podemos ajudar a provocar.
A poda de estruturação permite retirar os ramos que cresceram em demasia no bonsai e que estão a mais.
Cortamos os ramos pequenos e pequenas ramificações com uma tesoura fina ou grossa. Para podar os ramos maiores, utilizamos uma podadora côncava a fim de obter uma cicatrização o mais discreta possível.
A alicate ou podadora de ponta esférica proporciona um corte côncavo e limpo que acelera o processo de cicatrização do bonsai.
Continuar a ler artigo original sobre a poda de estruturação do bonsai.
Compreender como funciona o circuito de alimentação do bonsai é fundamental para a sobrevivência do mesmo e por isso vamos explicar como funciona a circulação da seiva no bonsai.
Como a seiva sobe pelos ramos do bonsai?
A seiva circula nas plantas das raízes às folhas e vice-versa, via vasos específicos, os tecidos vasculares.
Mas, na ausência de uma bomba ou seja sem coração para garantir a circulação do sangue, o que faz a seiva fluir?
Na primavera e antes da brotação das folhas nas caducas, é apenas o impulso da raiz e a capilaridade que fazem a seiva subir. Assim que as folhas se desenvolvem, a evapo-transpiração foliar pode desempenhar o seu papel de bomba de seiva.
A seiva bruta é conduzida pelo xilema desde a raiz até às folhas, é a seiva ascendente por onde circula a água e os sais minerais dissolvidos e extraídos pela raiz. A raiz absorve a água por osmose, movimento resultante da pressão exercida sobre os tecidos.
A seiva elaborada ou floemática é a seiva descendente que transporta a seiva das folhas até às raízes. É mais grossa e conduz os açúcares produzidos durante a fotossíntese assim como os micronutrientes.
A seiva bruta circula nos vasos interiores, mais perto do centro do tronco e a seiva elaborada circula nos vasos mais perto da casca exterior, ambas até às nervuras das folhas.
Sem bomba nem coração é a pressão que permite o fluxo da seiva bruta, de baixo para cima com principalmente três fenômenos:
O impulso radicular com as raízes a absorver a água do solo, a seiva bruta vai subindo das raízes para o tronco.
Capilaridade: transferência de um líquido de um ponto para outro, por atração, através de um suporte poroso, como acontece com um torrão de açúcar.
Evapotranspiração: a acção do sol, do calor e do vento provocam a evaporação da água ao nível da folha e gera uma depressão nas partes aéreas da planta criando a aspiração da seiva. No bonsai, retirar as folhas maiores ajuda a diminuir a evapotranspiração e ao mesmo tempo é bom porque permite reduzir o tamanho da folha.
Para a seiva elaborada, que flui de cima para baixo, a força da gravidade é o principal condutor.
A transpiração foliar é um mecanismo essencial que permite manter o equilíbrio hídrico assim como a regulação da temperatura do bonsai.
Interessante:
Somente dez a quinze por cento da água absorvida do solo pelas raízes vai servir a fotossíntese.
Ao nível do bonsai, a transpiração depende da superfície de evaporação ou seja a quantidade e o volume de folhas assim como da própria constituição da folha, fina ou grossa, do clima local, da humidade, do sol, do ar, da temperatura, da luz e outras características que devemos ter em conta.
A importância e o perigo da falta ou do excesso da água na vida do bonsai
Aviso:
O ponto de murcha, determina o teor mínimo de água no solo abaixo do qual o bonsai não pode superar a tensão capilar da água. É quando as pontas dos ramos começam a flexionar, é o momento onde devemos regar abundantemente para salvar o bonsai.
Perigo:
O ponto de murcha permanente, representa o teor de água no solo para o qual as folhas do bonsai começam a secar definitivamente e nesta situação poderá já ser tarde demais regar, neste caso não foram apenas as folhas que desidrataram mas também os ramos e o bonsai acaba por morrer.
O excesso de água provoca a podridão das raízes e consequentemente a morte do bonsai.
A rega do bonsai no outono.
A rega do bonsai também é essencial no outono e no inverno, é importante não esquecer regar o bonsai mesmo numa situação de repouso como no Inverno. Os dias mais curtos e as noites mais frias fazem, de maneira natural, com que a circulação da seiva vá diminuindo lentamente de intensidade.
Mas o bonsai necessita de uma certa taxa de humidade para viver, vigiar com regularidade se o torrão está suficientemente húmido.
Veja também:
como regar o bonsai
o repouso do bonsai
adubo e fertilização do bonsai
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