Ginkgo Biloba em bonsai.
De origem chinesa é também chamada Alperce de prata, o ginkgo biloba é uma árvore considerada um fóssil vivo.
São conhecidos fosseis de árvores deste género com mais de cem milhões de anos de idade.
É um símbolo de paz, de longevidade e estabilidade por ter sobrevivido às explosões atómicas no Japão que ocorreram em agosto de 1945.
Fonte de sabedoria e de temperança, ou seja, moderação nos prazeres, nomeadamente no consumo de álcool e de alimentos, o ginkgo biloba é venerado pelos budistas e utilizado na construção dos seus templos e ustensílios na cerimónia do chá. A utilização das suas folhas retarda o envelhecimento e melhora a memória e o humor.
O bonsai ginkgo biloba é símbolo de paz.
Devemos o facto de esta espécie existir ainda hoje aos monges budistas chineses. Eles plantavam-na à volta dos seus mosteiros porque acreditavam no seu poder protetor contra os incêndios e consideravam-na uma árvore sagrada.
Existem hoje em dia em praticamente todos os continentes do planeta, mas é na China, único local no mundo onde ainda existem exemplares em estado selvagem e de dimensões extraordinárias.
Da família da ginkgoaceae, na natureza pode alcançar até trinta e cinco metros de altura.
Tolera os climas marítimos e o vento e assim sendo pode ser plantado em qualquer tipo de solo no jardim, mas em bonsai é preferível utilizar akadama hard quality e pomice.
Particularidade da folha de ginkgo biloba:
- É uma conífera de folhas caducas, bilobadas, alternas, simples em forma de leque e com longo pedúnculo com espetacular tom amarelo dourado no outono antes da sua queda.
- As folhas do ginkgo biloba são regra geral de cinco a doze centímetros, sendo as folhas novas ou brotos, mais longas e lobuladas enquanto as folhas na parte mais curta do crescimento são leves e mais arredondadas.
- As folhas têm duas formas muito distintas. Os rebentos jovens têm folhas parcialmente divididas em duas formas flabeliformes, enquanto os rebentos mais velhos têm folhas com uma forma mais parecida com um leque para os rebentos femininos ou com dois lóbulos para os rebentos masculinos. Na primavera, as folhas são verde-claro, tornando-se verde-escuro no verão antes de se tornarem num belo amarelo dourado no outono.
Por vezes um corte a meio divide as folhas ou lóbulos em duas partes, característica que deu origem ao seu nome científico de biloba.
A casca do ginkgo biloba apresenta-se de um cinzento escuro pálido e o tronco principal muitas vezes com irregularidades devido às podas sucessivas. Não é muito fácil conseguir um bom nebari no ginkgo, nunca fica liso e nota-se sempre os cortes de rebaixamento.
Ler artigo sobre o nebari do bonsai.
A árvore é dioica, o que significa que existem árvores masculinas e femininas. Os amentilhos masculinos possuem numerosos estames que produzem uma grande quantidade de pólen.
Os óvulos femininos aparecem na ponta dos ramos. As árvores fêmeas são portadoras de óvulos, parecido com fruto, que será fecundado por espermatozoides do ginkgo macho.
Ao contrário de outras árvores de grande porte, a polinização é obtida por meio de esporos móveis, comparável ao musgo e algas.
A fertilização das sementes geralmente ocorre logo antes ou logo após as sementes cairem no chão no outono.
As sementes que parecem ameixas amarelas amadurecem no outono, nas árvores fêmeas. São redondas e com longos pedúnculos individuais ou em pares.
As árvores ginkgo podem levar até vinte anos para começar a produzir cones e flores.
O fruto ocorre nas árvores fêmeas, é amarelo-esverdeado a castanho-alaranjado quando maduro, contendo uma única semente cada. O revestimento externo, semelhante a uma fruta, dá um cheiro desagradável devido ao ácido butanoico ou ácido butírico.
O nome butírico vem do latim butyrum, que quer dizer manteiga, isso porque esse ácido é o responsável pelo odor e o sabor particular da manteiga rançosa.
O ginkgo biloba em bonsai raramente produzirá frutos.
Multiplicação por sementeira: um quilo contém cerca de seiscentos e trinta sementes e a taxa de germinação é de setenta por cento em boas condições.
Método:
- Escarificação, ou seja, escarificação química: é um método químico, feito geralmente com ácido sulfúrico ou clorídrico, que possibilta às sementes a troca de água ou gases com o meio envolvente. Ou escarificação mecânica: é o método de abrasão das sementes sobre uma superfície áspera tipo lixa. Facilita a absorção da água pela semente.
- Mais estratificação fria a três ou cinco graus centígrados durante dois a três meses ou imersão das sementes na água durante quarenta a oito horas mais estratificação fria durante sessenta dias.
- Sementeira em abril ou maio no exterior quando a temperatura começa a subir, numa mistura de areia fina com turfa fina.
Ler artigo original sobre a sementeira do bonsai.
Multiplicação por estaca semilenhosa no fim do verão tendo o cuidado de deixar poucas folhas para reduzir ao máximo a transpiração.
Ler artigo sobre como conseguir um bonsai a partir de estaca.
Multiplicação por alporquia, geralmente feito na primavera em árvores perfeitamente saudáveis, com uma massa foliar favorável ao crescimento da árvore, caso contrário a alporquia poderia não sobreviver.
Técnica que apresenta a vantagem de conseguir um bonsai com mais rapidez que a estaca ou a sementeira, mas tem o inconveniente de não favorecer o nebari, sendo mais fácil obter a partir da sementeira.
É a alporquia aérea ou Toriki em japonês: este é o método de propagação de bonsai mais utilizado e sobretudo o mais fácil e menos dispendioso.
É uma técnica de propagação da planta praticada acima do solo, executada diretamente sobre um caule lenhificado, ou seja, com a aparência de madeira.
A outra vantagem da alporquia é que nos permite propagar ramos com um diâmetro de vários centímetros, ou mesmo dez centímetros e mais, o que é impossível com estacas.
Por outro lado, a taxa de sucesso da alporquia é muito mais elevada e segura do que as estacas, uma vez que o ramo que decidimos propagar é sempre alimentado pelas raízes da planta-mãe, o que lhe permite continuar a viver normalmente, pelo menos até ao momento do desmame, quando separamos a alporquia enraizada da planta-mãe.
A maior vantagem deste processo de propagação é a poupança de tempo que conseguimos obter, pois podemos conseguir um pré-bonsai com vários centímetros de diâmetro em apenas um ou dois anos. A única comparação que permite poupar tempo é a prática de yamadori, o nome dado à colheita de árvore diretamente do meio selvagem e à sua transformação em bonsai. Mas na Europa não é fácil encontrar uma árvore de ginkgo biloba na natureza já com muitos anos e suscetível de protagonizar um futuro bonsai.
Ler artigo original sobre a alporquia do bonsai.
NOTA:
- De cresciemnto muito lento, a ramificação reduzida do ginkgo biloba é muito tardia e pode levar vários anos depois da sementeira. É um dos bonsais que leva mais tempo a desenvolver-se e um dos mais difíceis a formar.
A poda do bonsai ginkgo biloba:
AVISO:
- Muito difícil de modelar e formar, o ginkgo biloba em bonsai não gosta de ser podado e pode ter reações negattivas, os ramos podem secar no ano a seguir ao corte.
- Se devemos cortar galhos ou ramos grossos, é melhor fazê-lo no inverno quando a seiva está parada.
- Não convém executar cortes côncavos, nem suprimir galhos junto ao tronco, mas ao contrário deixar pedaços de ramos com dez a quinze centímetros que serão retirados mais tarde, no ano seguinte e já secos.
- O bonsai ginkgo biloba não cicatriza com facilidade, por isso temos que ser muito prudentes com a poda. Poda-se deixando somente duas a três folhas novas, o novo rebento crescerá sempre a seguir à última folha, portanto é conveniente escolher bem a direção pretendida antes de cortar a última folha.
- Convém retirar as folhas grandes com regularidade durante o período de crescimento para provocar a rebentação de novas folhas mais pequenas. Com o tempo conseguimos folhas razoavelmente pequenas tendo o cuidado de não exagerar no adubo à base de azoto.
Regra geral, não utilizamos o arame para estruturar o ginkgo biloba, mas para conseguir qualquer outro estilo podemos aramar o ginkgo e caso seja necessário é aconselhável aplicar uma camada de ráfia antes de colocar o arame e vigiar sempre com muita atençaõ para não deixar o arame marcar a casca.
Os exemplares costumam ser de estilo reto de troncos múltiplos ou kabudachi, estilo floresta ou yose-ue ou mais frequentemente em chama ou estilo rosoku e por isso não necessita de ser aramado.
Ler artigo original sobre os estilos de bonsai.
O bonsai ginkgo biloba não é muito apropriado para madeira morta.
Necessita de uma exposição com muito sol, mas convém proteger no verão durante as horas de mais calor com uma rede de sombra por exemplo. As folhas do ginkgo biloba em bonsai são muito sensíveis ao sol e por isso é necessário prever uma proteção no verão entre as onze e as dezassete horas.
Ler artigo original sobre o sombreamento do bonsai.
No inverno, o bonsai ginkgo biloba é muito sensível e é preferível ter cuidado para não encharcar o torrão, pois o excesso de água na terra pode provocar o apodrecimento das raízes que podem ficar danificadas em caso de gelo. Na natureza resiste até quinze graus negativos, mas em bonsai é mais seguro protegê-lo a partir dos cinco graus negativos.
Transplante do bonsai ginkgo biloba:
- Nas árvores mais jovens podemos fazer o transplante praticamente a cada ano com akadama hard quality que pode ser misturado com trinta por cento de pomice.
- Nos primeiros anos e se tiver possibilidade, é melhor colocar o ginkgo biloba diretamente na terra, assim ganhará tempo substancial visto o seu crescimento em vaso ser muito reduzido ou quase nulo ano após ano.
- Nos bonsais mais velhos o transplante terá lugar de três em três ou de quatro em quatro anos, de dezembro até fim de janeiro com akadama hard quality double red line, que também podemos misturar com pomice para evitar a compactação do subtrato.
- Cuidado com as raízes, são relativamente frágeis e devemos redobrar a atenção para não as ferir em demasia. Uma raiz partida ou ferida trará consequências que poderão ser graves e conduzir até a morte do ramo que ela alimenta. O conjunto de raízes é como uma rede de autoestradas e estradas onde cada uma conduz a seiva até um determinado galho ou ramo, portanto quando envasamos, temos que ter isso em consideração e não cortar as raízes de qualquer maneira.
NOTA:
- Quando reduzimos o sistema radicular temos que reduzir da mesma importância a massa foliar e a estrutura aérea. Caso contrário corremos o risco de ver o nosso bonsai perder força porque, se o volume da parte aérea for superior à parte radicular, a transpiração será igualmente superior à capacidade das raízes para conseguir alimentar a árvore e assim as folhas murcharão depressa condicionando o sucesso do transplante e a própria vida do bonsai.
- As podas das raízes não têm nenhuma influência na redução do porte da árvore.
- Só a poda dos ramos e galhos têm consequência no aspeto final da árvore, ou seja, na miniaturização da mesma.
Nos sujeitos mais velhos é necessário acrescentar mais inerte como areia grossa, pedrinhas ou pomice para obter uma drenagem perfeita.
Ler artigo original sobre o transplante do bonsai.
Aplicar um adubo orgânico como o biogold todo o ano, menos em outubro nos bonsais com alguma idade.
Ler artigo sobre a fertilização do bonsai.
Nos bonsais mais jovens, aplicar o biogold sólido uma vez em novembro e a partir de fevereiro, quando o tempo começa a aquecer, aplicar um adubo mineral líquido equilibrado. Também podemos substituir uma vez por mês o adubo líquido mineral pelo adubo líquido biogold.
Ler artigo sobre o biogold original para bonsai para descobrir como fazer.
O vaso pode ser de cor azul-cobalto para exposição no outono, quando a folhagem é amarela e para fazer sobressair a cor dourada, castanho ou sem esmalte para exposição quando a folhagem é verde.
Ver como escolher o vaso para o bonsai.
O bonsai ginkgo biloba é uma conífera de folha caduca.
CURIOSIDADE:
- Na natureza e ao longo do tempo, estamos a falar de centenas de anos, poderá produzir raìzes aéreas.
- As sementes do gtinkgo são comestíveis depois de retirado o envelope exterior, podem ser cozidas ou grelhadas.
- Das folhas é também extraída uma substância utilizada em certos remédios e medicamentos que curam as dores de cabeça, a diarreia e o reumatismo.
- O ginkgo é também uma árvore muito resistente às condições mais precárias como a poluição atmosférica das grandes cidades, seca, doenças e insetos. Alguns cientistas acreditam que as suas folhas contém um inseticida. Os chineses colocavam folhas de ginkgo nos seus livros para os proteger dos insetos. Diz uma lenda que alguns escaravelhos japoneses preferem morrer de fome a comer as suas folhas.
O ginkgo não é propriamente uma árvore que dará um soberbo bonsai por ser uma árvore que cresce sobretudo em altura, com pouca dispersão. A forma habitual é mais ou menos a forma de vassoura, com ramos mais ou menos verticais, formando um oval. Pode também ter a forma de moyogi ou chokkan. Mas o seu principal atrativo reside na beleza da sua folhagem, sobretudo no outono, e na longevidade da espécie.
Ter na nossa coleção um bonsai com várias centenas de anos é admirável, mas possuir uma árvore cujo o seu passado remonta a cerca de duzentos milhões de anos é um fato que releva do extraordinário.
A seguir enumeramos algumas variedades de ginkgo biloba:
- Ginkgo biloba autumn gold: porte bastante piramidal. A folhagem de outono adquire uma tonalidade dourada surpreendente, muito cedo. Pode atingir de oito a doze metros de altura.
- Ginkgo biloba compacta: magnífica cor amarela no outono. Coroa arredondada. Recomendado como árvore isolada em pequenos jardins. Atinge cinco a seis metros de altura quando está completamente desenvolvida.
- Ginkgo biloba boleslaw chrobry: nova coleção vinda da Polónia, é a melhor variedade de chorão que só recentemente se tornou conhecida. As folhas grandes são franjadas nas margens deste chorão elegante e de crescimento irregular. O aspeto deste ginkgo é muito mais chorão do que noutras variedades do mesmo estilo, em parte devido à sua taxa de crescimento mais rápida que faz com que o crescimento mais recente se curve visivelmente.
- Ginkgo biloba elmwood: forma muitas vezes um único tronco reto com uma ramificação lateral mínima até a maturidade. As folhas são grandes e profundamente divididas, o que a distingue de outras variedades semelhantes. Os galhos são castanho-avermelhados escuros no inverno.
- Ginkgo biloba fastigiata blagon: forma colunar. Folhas amarelas douradas no outono. Crescimento lento e altura de mais ou menos quinze metros quando adulto.
- Ginkgo biloba fastigiata: esplendida coluna com ramos eretos. Utilização em pequenos jardins ou linhas de árvores. Folhagem amarela no outono e oito a dez metros de altura.
- Ginkgo biloba gokushu-ba: nova variedade que tem porte escultural, um pouco em ziguezague, e pequenas folhas verdes escuras irregularmente espaçadas. Esta variedade é uma excelente escolha para bonsai devido à sua forma única e ritmo de crescimento lento.
- Ginkgo biloba mariken: magnífica coloração amarela no outono. Porte muito compacto. Ideal como planta isolada para pequenos jardins e canteiros. De um até quatro metros de altura.
- Ginkgo biloba menhir: forma colunar desde muito cedo. As suas folhas são mais dissecadas que as do tipo. Folhas amarelo-dourado no outono. Ideal em isolado.
- Ginkgo biloba pendula: surpreendente variedade com ramos caídos. Muito original. Cor amarela dourada no outono.
- Ginkgo biloba potter pete: a potter pete é uma nova variedade ainda em observação. Como outras variedades colunares, os ramos laterais são visivelmente virados para cima, mas esta variedade mantém um porte notavelmente estreito mesmo numa idade avançada.
- Ginkgo biloba princeton sentry: uma forma fastigiada com folhagem verde na primavera e amarela no outono. Uma árvore muito atrativa para plantar em fileiras. Algumas das maiores folhas do género. Crescimento lento. De oito a dez metros de altura.
- Ginkgo biloba robbie's twist: as folhas finas, de forma estranha, são muito estreitas e têm uma ligeira torção. Os caules desta pequena árvore também são curvados e torcidos de forma dramática, o que dá o nome a esta pequena árvore. Os rebentos jovens são cobertos por um indumento felpudo e castanho.
- Ginkgo biloba saratoga: folhagem tenra de verde a amarelo. Folhas agrupadas, escondendo o tronco e os ramos. Crescimento esguio.
- Ginkgo biloba tremonia: esguio e fastigiado. Folhagem amarelo no outono, crescimento vigoroso.
- Ginkgo biloba tubifolia: folhas em forma de tubo, muito pequenas na primavera e verde-escuras, que se tornam amarelas no outono. Rebentos bastante frágeis e agrupados à volta do tronco.
- Ginkgo biloba umbrella: folhas de forma varida, umas longas, outras mais largas, douradas no outono. Forma compacta e globular.
- Ginkgo biloba commun: árvore de grande porte, até vinte e cinco metros de altura, com casca cinzenta e baça. Folhagem de outono dourada deslumbrante.
- Ginkgo biloba weepimg wonder: desenvolve-se numa árvore pequena e chorosa com ramos laterais graciosamente inclinados. Os ramos castanho-alaranjados e a ramificação bastante densa distinguem-na do outras variedades choronas de maior crescimento como a umbrella ou a pendula. O ginkgo biloba weeping wonder também é único, uma vez que a sua folhagem assume muitas formas diferentes. Algumas folhas são tubulares ou filamentosas, enquanto outras têm um aspeto tradicional.
O bonsai ginkgo biloba é sinónimo de ouro de outono.
O ginkgo biloba é um bonsai de exterior e é uma peça fundamental numa coleção de bonsais devido ao seu estilo em chama e sobretudo graças às suas folhas amarelas-douradas no outono.
Ver os nossos bonsais ginkgo biloba.