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Serissa Phoetida bonsai
O bonsai serissa phoetida é originário da China e deve o seu nome ao cheiro nauseabundo que emerge quando tocamos e friccionamos as folhas ou durante a poda.
A família serissa é enorme e é composta por quatro a cinco milhares de espécies.
Além da serissa japonica e a serissa de Shangai, o bonsai mais frequentemente utilizado é a serissa phoetida, todas possuem uma variante variegata com folha branca e flores brancas ou rosa, simples ou dobrada.
Características do bonsai serissa phoetida:
Bonsai de folha oval e perene, verde escuro e muito fina, com espectacular e abundante profusão de pequenas flores brancas em forma de estrela, daí o seu nome popular de bonsai de mil estrelas, duas a três vezes por ano, em forma de funil,. O bonsai serissa phoetida tem a particularidade de, com o tempo, apresentar um tronco rugoso e acinzentado tornando-se mais claro com a idade. Por isso é muito apreciado em bonsai, pois aparenta ser um bonsai com muito mais idade do que tem na realidade.
È um bonsai de interior, mas em Portugal é relativamente fácil mantê-lo quase o ano todo no exterior, contudo não é um bonsai de fácil manutenção e é muito sensível às alterações de temperatura, de rega ou localização. É por isso imperativo evitar as mudanças repentinas tanto de localização como de temperatura, quanto mais estável as condições ambientais, melhor para o bonsai serissa phoetida.
Um bonsai serissa phoetida, quando de boa saúde, pode florescer praticamente o ano todo, em mais abundância da primavera até final do outono. A flor nasce no terminal do ramo, permanece cerca de vinte e quatro horas e a seguir cai, mas estão sempre a nascer flores novas.
O bonsai serissa phoetida sendo de origem tropical ou subtropical, necessita de muita luminosidade e humidade, seja dentro de casa ou no exterior, mas em qualquer dos casos convém evitar os correntes de ar, factor fatal para a serissa.
O bonsai de interior precisa de muita luz, (junto de uma janela), mas não gosta de sol directo. Virar o bonsai serissa phoetida periodicamente para assegurar um crescimento regular da rama e afastá-lo dos pontos fortes de calor, evitar os excessos de temperatura e as correntes de ar.
A rega do bonsai de interior varia segundo a época do ano. Deve-se deixar secar a terra à superfície da taça antes da próxima rega. Regar com um regador de ralo fino.
Ou para os menos experientes, introduzir a taça completamente na água durante alguns minutos. Vaporizar a folhagem no verão, nos dias mais quentes aconselha-se a vaporização várias vezes ao dia.
A rega do bonsai e a vaporização devem ser feitas com água limpa: (a água da rede pública deve repousar de um dia para o outro). A humidade ambiental deve ser superior a 70%.
A rega do bonsai é o passo principal para o sucesso.
Como o vaso do bonsai é muito reduzido logo não possui grande reserva de água e nutrientes, se não se regar o bonsai antes de a terra secar por completo, as raízes vão também enfraquecer as folhas ficam murchas e caem, o bonsai pode acabar por morrer!
Se as raízes não ficarem completamente desidratadas o bonsai poderá ser salvo com uma rega abundante de seguida.
Em contrapartida o excesso de água também pode acontecer e é principalmente prejudicável ao bonsai serissa phoetida, pois não pode ficar constantemente num substrato húmido sob pena de apodrecer rapidamente.
É por isso que aconselhamos sempre o uso da Akadama, substrato ideal para o envasamento do bonsai e com a particularidade de ser mais fácil distinguir quando está seco (mais claro) ou humido (mais escuro), facilitando assim a tarefa de quem tem a responsabilidade da rega.
O número de vezes que devemos regar dependerá do tipo de bonsai, da qualidade do substrato, da intensidade do sol que a planta recebe, etc.
As plantas que vivem em vaso dependem de nós para crescerem. As raízes precisam de água e de ar e por isso é indispensável deixar secar o substrato entre cada rega.
Por norma só voltamos a regar quando a terra à superfície do torrão começar a secar, (nota-se pela cor mais pálida do substrato, mais fácil com Akadama como já vimos).
É primordial para a boa saúde do bonsai manter as folhas secas, as folhas húmidas tornam-se folhas doentes, por isso é aconselhável regar de manhã para as folhas terem tempo de secarem durante o dia.
Se regar à noite as folhas ficam húmidas muito tempo e o bonsai torna-se mais sensível a fungos e doenças.
Evitar também regar durante a tarde porque corremos o risco de queimar as folhas do bonsai.
Regar como deve ser impõem regar abundantemente, de forma contínua até a água sair pelos furos do vaso e repetir a operação alguns minutos depois para termos a certeza que as raízes estão bem molhadas.
Nota: tem que ter em atenção que, quanto mais seco estiver o torrão, mais depressa a água irá sair pelos furos do vaso e, claro, isso não significa que o bonsai esteja bem regado, pelo contrário e nesse caso é necessário repetir e insistir durante algum tempo para que as raízes fiquem bem molhadas.
Para regar o bonsai serissa phoetida, utilizar um regador de ralo fino, sempre virado para cima e regar abundantemente mas lentamente para dar tempo à água de penetrar no substrato, até sair pelos furos do vaso.
Convém sempre regar o tronco e as folhas como se de chuva se tratasse.
Ou regar o bonsai por imersão: consiste em introduzir o bonsai juntamente com o vaso num recipiente com água durante quatro a cinco minutos, até deixar de fazer bolhas de ar.
O nível da água deve estar acima do torrão do bonsai.
Sistema muito eficaz e muito prático para iniciantes mas tem o inconveniente de"lavar" os sais minerais e desperdiçar alguma terra.
A seguir enumeramos algumas dicas sobre o excesso ou a falta de água no bonsai serissa phoetida:
Pouca Água: Queda das flores. Folhas amarelas com os bordos secos e castanhos. Folhas moles, crescimento nulo.
Muita Água: Flores meladas. Folhas amarelas com pontas castanhas. Folhas moles apodrecidas de cor muito escura. Substrato melado.
Nota: para a seiva elaborada, que flui de cima para baixo, a força da gravidade é o principal condutor. A transpiração foliar é um mecanismo essencial que permite manter o equilíbrio hídrico assim como a regulação da temperatura do bonsai.
Somente 10 a 15% da água absorvida do solo pelas raízes vai servir a fotossíntese.
Ao nível do bonsai, a transpiração depende da superfície de evaporação ou seja a quantidade e o volume de folhas assim como da própria constituição da folha (fina ou grossa), do clima local, da humidade, do sol, do ar, da temperatura, da luz e outras características que devemos ter em conta.
Aviso: O ponto de murcha, determina o teor mínimo de água no solo abaixo do qual o bonsai não pode superar a tensão capilar da água. É quando as pontas dos ramos começam a flexionar, é o momento onde devemos regar abundantemente para salvar o bonsai.
Perigo: O ponto de murcha permanente, representa o teor de água no solo para o qual as folhas do bonsai começam a secar definitivamente e nessa situação poderá já ser tarde regar, neste caso não foram apenas as folhas que desidrataram mas também os ramos e o bonsai acaba por morrer.
Relembramos também que é importante não esquecer de regar o bonsai serissa phoetida mesmo numa situação de repouso (inverno). Os dias mais curtos e as noites mais frias fazem, de maneira natural, com que a circulação da seiva vá diminuindo lentamente de intensidade.
Mas o bonsai necessita de uma certa taxa de humidade para viver, vigiar com regularidade se o torrão está suficientemente húmido.
O bonsai não é uma planta anã nem uma planta com curvas por natureza, temos de intervir de diferentes formas para “construir” um bonsai ou transformar uma planta em bonsai e para conseguir o bonsai serissa phoetida vamos ter de proceder entre outro, a aramação e a poda de estruturação.
Todo o processo de transformação chama-se a estilização do bonsai.
A aramação do bonsai ajuda e facilita a sua formação, mas cuidado, os galhos de bonsai serissa phoetida são muitos sensíveis e é preferível deixar secar um pouco o bonsai antes de realizar a aramação e nos ramos mais sensíveis é preferível proteger os ramos primeiro com ráfia, antes de aplicar o arame.
A colocação do arame tem uma importância fundamental na estética do bonsai.
É um processo imprescindível na estilização que pretendemos dar ao bonsai, operação que permite guiar e direcionar os ramos para obtermos o estilo pretendido.
A aramação é útil para rectificar a orientação dos galhos e ramos do bonsai. Um dos objectivos do arame é representar e substituir a acção do peso nos ramos das árvores na natureza.
A aramação do bonsai consiste em enrolar um arame de alumínio ou de cobre (cozido) em volta do tronco ou de um ramo, para modificar a sua direcção, tendo em vista a definição da forma pretendida.
A aramação pode ser feita praticamente durante todo o ano para a maioria das espécies de bonsai, de preferência no inverno para as coníferas, o arame irá permanecer vários meses e será retirado antes de começar a marcar a casca, no verão será a vez dos bonsais de folha perene permanecendo pelo menos três meses. Em qualquer dos casos, se ao retirar o arame o ramo ou galho não ficar na posição pretendida, então teremos que repetir a aramação por mais uns meses.
Convém aplicar o arame sem apertar demasiado para não marcar a casca do ramo, por norma deixamos um espaço livre entre o arame e a casca. Com o tempo é importante vigiar o impacto do arame e removê-lo antes deste ficar cravado na casca da árvore.
Para colocação de arame grosso, a partir de 5 mm, é recomendado envolver o ramo com ráfia antes de colocar o arame a fim de não danificar o ramo ao curvá-lo.
O arame tem de ter um apoio para ser eficaz, deve-se começar a colocar o arame no torrão e enrolar em volta do tronco ou nos primeiros ramos (mais baixos).
Para os ramos superiores começar a partir do tronco ou à volta de um ramo mais grosso, respeitando sempre um ângulo de 45º, começando sempre pelo ramo mais grosso e seguindo até ao ramo mais fino.
Truque: o arame deve vir de cima para baixo para dobrar o ramo para cima e de baixo para cima para dobrar o ramo para baixo.
Por norma utilizamos um arame com 30 % do diâmetro do ramo que queremos moldar, por exemplo um ramo com 10 mm de diâmetro = um arame com 3 mm de diâmetro. Basta
fazer um teste e ver se o arame segura o ramo ou se é o contrário, neste caso muda-se para um arame mais grosso.
O comprimento do arame corresponde mais ou menos a duas ou três vezes o comprimento do ramo a moldar.
Numa primeira fase coloca-se o arame em todos os ramos que queremos direcionar e só depois começamos a moldar e a estilizar o bonsai conforme pretendido.
Poda de estruturação do bonsai serissa phoetida:
A poda de estruturação consiste em definir as bases gerais do tronco e dos ramos principais, elementos decisivos para transmitir a percepção que o autor quer dar ao seu bonsai: força, elegância, ligeireza, movimento… poda que também pode ser realizada ao mesmo tempo que o transplante e assim aproveitar para conseguir o equilíbrio entre a parte aérea e a parte radicular.
O objetivo principal da poda de estruturação, é a estética do bonsai, provocando uma nova rebentação mais compacta e sobretudo mais perto dos ramos primários de forma a equilibrar a entrada da luz e dar mais vitalidade aos ramos mais baixos e de segundo nível.
Estamos assim a melhor distribuir a energia no conjunto dos ramos a partir do início da árvore e não no fim, como acontece na natureza por razões de sobrevivência.
No bonsai temos possibilidade de remediar esse problema, reequilibrando as forças e a energia através da poda de estruturação.
A poda regular dos ramos tem como finalidade o aumento do número de brotos e visto as raízes estarem limitadas num espaço reduzido no vaso, o bonsai deve repartir a energia em direcção a uma maior quantidade de folhas, que ficam assim cada vez mais pequenas.
É a lei da proporção, quanto mais folhas houver para alimentar, mais pequenas se tornam é um fenômeno natural, mas que podemos ajudar a provocar.
A poda de estruturação permite retirar os ramos que cresceram em demasia no bonsai e que estão “a mais”.
Cortamos os ramos pequenos e pequenas ramificações com uma tesoura fina ou grossa. Para podar os ramos maiores, utilizamos uma podadora côncava a fim de obter uma cicatrização o mais discreta possível.A alicate ou podadora de ponta esférica proporciona um corte côncavo e limpo que acelera o processo de cicatrização do bonsai.
O bonsai serissa phoetida é muito sensível também ao excesso de adubo, respeitar sempre a dosagem indicada pelo fabricante, por norma adubamos uma vez por semana de Março até Junho e de quinze em quinze dias de Julho até fim de Setembro com um adubo fraco em azoto (N) e mais forte em P2O5 (P) ácido fosfórico. No fim do outono aplicar uma adubo orgânico sólido como por exemplo o Biogold.
Multiplicação do bonsai serissa phoetida é fácil por estaca semilenhosa: é a estaca de mais fácil elaboração e a mais habitual no mundo hortícola e no bonsai também, aplica-se a muitas espécies perenes e coníferas. Recolha das estacas no fim do verão e no início do outono com madeira já amadurecida.
Consiste en recolher ramos com uma parte amadurecida e outra mais tenra e ainda verde na extremidade, em regra geral em agosto até meados de setembro.
Cortar um ramo de 10 a 15 cm de comprimento, sempre abaixo de um nó, única zona onde podem nascer as futuras raízes. Tirar os galhos laterais e tirar também a quase totalidade das folhas, deixando apenas as 2 ou 3 últimas folhas, o objectivo é preservar as reservas nessas últimas folhas, que por outro lado não podem ser muito grandes para não desperdiçar a água pela evaporação (transpiração).
As estacas serão de seguida enterradas até metade da altura num substrato muito leve, apertando bem em volta para não deixar ar junto ao ramo o que provocaria a secura impedindo o nascimento de novas raízes. Manter num ambiente húmido tipo nevoeiro até começar a ganhar as primeiras raízes, depois passar a regar com micro aspersores.
O transplante do bonsai serissa phoetida efectua-se no início da primavera, antes da nova brotação.
O transplante do bonsai tem como finalidade a renovação do substrato que ficou mais fraco, o corte de raízes muito compridas para provocar a ramificação de raízes mais finas junto ao tronco e também dar mais espaço ao torrão.
Podemos aproveitar também para corrigir a posição do bonsai no vaso.
Quando transplantamos nunca mudamos para um vaso muito maior, por norma acrescentamos somente mais 5 cm à medida do vaso antigo.
Cuidado com o substrato. A escolha certa do substrato é garantia da boa saúde do bonsai.
Um bom substrato deve reter a humidade necessária e deve garantir a circulação do ar.
O substrato indicado para a serissa phoetida é akadama hard quality.
ler mais sobre o transplante do bonsai>
Dicas e especificidades do bonsai serissa phoetida: eliminar os brotos na base do tronco para não enfraquecer o bonsai e com uma escova retirar o musgo que nasce nas raízes na base do tronco, caso contrário pode provocar o apodrecimento da casca e gerar a morte do bonsai serissa.
Estilos mais apropriados para o bonsai serissa phoetida:
Chokkan:estilo de Bonsai Ereto formal. Tronco bem definido que vai se afunilando até ao topo da árvore.
Fukinagashi: estilo de Bonsai - varrido pelo vento - O tronco principal e todos os galhos devem seguir numa direcção única.
Han Kengai:estilo de bonsai em Semi cascata. O tronco principal e seus galhos devem mergulhar e não ultrapassar os limites da base do vaso.
Hokidashi:estilo de Bonsai em forma de vassoura. Os galhos seguem em todas as direções formando e abrindo-se como um leque.
Ikadabuki: estilo de bonsai lembrando uma balsa, formado por vários troncos ligados por uma raíz que corre pelo chão.
Ishitsuki: árvore crescendo na rocha.
Kengai:estilo de bonsai em cascata - Estilo que retrata árvores que se sustentam na superfície de montanhas ou em fendas de um penhasco. O tronco deve pronunciar-se para fora do vaso e mergulhar.
Sekijoju:raízes sobre rocha. A pedra incorpora-se à árvore como se as raízes segurassem a rocha.
Shakan:estilo de bonsai com inclinação do tronco de pelo menos 30º para um dos lados da árvore.
Sokan:estilo de bonsai com tronco duplo. Caso o tronco principal tiver alguma curvatura, o segundo deve seguir o mesmo movimento.
Yose-Ue:estilo de bonsai que faz lembrar a Floresta. Pode ter 7, 9, 11 ou mais árvores, mas sempre com uma árvore que é o pilar daquele conjunto.
A arte do bonsai é a réplica em miniatura duma árvore na natureza, o bonsai é perfeito, traz natureza, paz, felicidade e harmonia.
O bonsai serissa phoetida ou bonsai das mil estrelas.
O bonsai é o motivo perfeito para quem passa muito tempo em casa e não sabe como ocupar o tempo, é o hobby perfeito.
De mãos dadas com a natureza, descubra como o bonsai é um passatempo interessante e muito saudável que ajuda a manter o espírito e a mente sã e uma vida equilibrada.
O bonsai é Felicidade, o bonsai é a relação do ser humano com a Natureza. É uma obra de arte milenar, sagrada e propicia a meditação, é uma terapia que em muitos casos pode ajudar as pessoas a ultrapassarem os seus problemas.
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