Bonsai syzygium paniculatum ou eugenia myrtifolia

 

Bonsai Syzygium paniculatum ou eugenia myrtifolia.

 

Originário das florestas húmidas e ambiente ameno da Austrália, da América do Sul, nomeadamente do Brasil, da Argentina e do Uruguai, a Eugenia, agora chamada de Syzygium é uma planta de folha perene, brilhante, simples e alongada de cor verde-escuro na parte superior e verde mais claro na parte inferior, popularmente conhecido como cereja majenta ou cereja das Antilhas por causa da cor do seu fruto. Pode atingir uma altura de dois a dez metros nos seus países de origem.

 

O syzygium paniculatum era anteriormente conhecido como eugenia myrtifolia. Os taxonomistas dividiram o género eugenia, agrupando as espécies da Ásia no género Syzygium.

 

Relembramos que o táxon é a unidade taxonómica associada à classificação científica de seres vivos, ou seja, reino, ordem, género e espécie são exemplos de taxa. As principais categorias de taxa, por ordem decrescente são: reino, filo, classe, ordem, família, género e espécie.

 

O género é o primeiro termo ou palavra da nomenclatura. Agrupa todas as espécies de uma planta.

 

Existe também a eugenia uniflora ou pitangueira que possui mais de quinze espécies diferentes e cujo os seus frutos começam a vingar com maior quantidade a partir do sexto ano de vida. Também conhecida como cereja de Caiena, esta árvore adapta-se muito bem à cultura do bonsai e é particularmente apreciada pela sua bela silhueta compacta e pela sua folhagem sempre verde.

 

 

 

O bonsai syzygium paniculatum ou eugenia myrtifolia é um bonsai de exterior de fácil cultivo e é recomendado para iniciante.

 

A palavra pitanga vem do tupi-guarani pï´tana, que significa vermelho, que é a cor mais comum deste fruto. O fruto é igualmente conhecido como Brazilian cherry ou Surinam cherry.

 

Este bonsai é também interessante pelos seus frutos comestíveis, conhecidos como groselhas de Caiena, que em Portugal, aparecem no fim de maio até julho. Estas pequenas bagas, que passam de vermelho a preta quando maduras, têm um sabor ligeiramente ácido e podem ser consumidas diretamente ou utilizadas em compotas e sobremesas.

 

Trata-se de um bonsai frutífero único, ideal para quem deseja combinar estética e praticidade.

 

As suas folhas elípticas são pequenas, finas e parecidas com pergaminho. As folhas jovens são particularmente notáveis devido à sua cor acobreada, entre o vermelho e laranja, podendo adquirir diferentes tonalidades ao longo do ano.

 

As folhas do syzygium paniculatum ou eugenia myrtifolia são opostas, com três a oito centímetros de comprimento, de forma obovado, ou seja, parecido com o ovo.

 

As flores são brancas e franjadas, com estames brancos, de mais ou menos dois centímetros de diâmetro crescendo em pequenos cachos que, se tiverem sido polinizadas darão origem a pequenos frutos mais ou menos alongados, arroxeados com cerca de dois centímetros igualmente, decorativos e comestíveis, com sabor parecido ao de algumas maçãs, mas um pouco ácidos.

 

É um bonsai muito ramificado e compacto, de madeira muito dura, com ampliação do tronco muito lenta, mas com crescimento muito rápido dos ramos novos no período de maior desenvolvimento, que na primavera obriga-nos a podas frequentes para tentarmos manter o equilíbrio.

 

 

A eugenia pertence a família Myrthus ou mirtáceae, que provém do grego Mythos e que significa narrativa ou lenda, é uma antiga espécie cultivada e já mencionada na bíblia.

 

NOTA:

 

Convém não confundir o syzygium paniculatum, ou seja, eugenia myrtifolia com eugenia uniflora ou pitangueira como é mais conhecida no Brasil, com um tronco liso de cor bege-acinzentado e com frutos maiores parecidos com pequenas abóboras. Esta última produz muito mais frutos que a eugenia myrtifolia e sobretudo mais saborosos.

 

Na iberbonsai reproduzimos o syzygium paniculatum ou eugenia myrtifolia de estaca e a eugenia uniflora de sementeira.

 

A seguir enumeramos algumas espécies de syzygium:

 

- O syzygium australe, mais pequeno e tem uma floração contínua que, ao contrário das espécies típicas, não se destaca bem da folhagem;

 

- O syzygium paniculatum Antone Dwarf;

 

- O syzygium paniculatum compacta, é uma variedade mais compacta do que a espécie típica;

 

- O syzygium paniculatum globulus, que é um clone selecionado e muito compacto igualmente.

 

 

 

NOTA:

 

- Um clone é um ser vivo gerado por um parente único, ou seja, por reprodução vegetativa como a estaca ou a alporquia e por consequente idêntico geneticamente à planta mãe. Não pode ser reproduzido de sementeira.

 

Ler mais sobre a botânica e o bonsai.

 

Exposição do bonsai syzygium paniculatum:

 

Sendo um bonsai de exterior o syzygium paniculatum ou eugenia myrtifolia necessita de muita claridade, podendo apanhar sol direto no verão nas primeiras e últimas horas do dia. É conveniente proteger com uma sombra nas horas mais quentes para não queimar as folhas e desidratar o torrão.

 

Relembramos aqui também que podemos arejar a superfície do solo com um ancinho para reduzir a evaporação da água, ajudando assim o bonsai a suportar o calor.

 

Cuidado com o frio e o gelo, proteger com uma malha própria ou melhor ainda resguardar a partir dos dois a três graus negativos. Existe um pano de inverno perfeito para o efeito, que é um tecido branco feito de polipropileno não tecido, permitindo aos bonsais ganharem alguns graus que serão muito importantes à sua sobrevivência, este tecido protege eficazmente as plantas, permitindo a filtragem da água e do ar, deixando assim a troca de gases vitais para o bonsai.

 

O mais importante é proteger o torrão e o vaso porque as raízes são muito sensíveis e portanto, vulneráveis por estarem demasiado próximas da borda do vaso, que é frequentemente fino. A escolha de um vaso com paredes grossas facilitará a proteção das raízes durante o inverno, sobretudo nas regiões onde o gelo é mais forte.

 

Proteger igualmente o nebari e a base dos ramos principais para que a árvore possa ser recuperada, se necessário.

 

Ler artigo original sobre o bonsai e o frio.

 

 

Rega do bonsai syzygium paniculatum:

 

Como todos os bonsais é conveniente deixar secar ligeiramente a superfície do torrão antes de voltarmos a regar, mas cuidado o bonsai syzygium paniculatum ou eugenia myrtifolia necessita de muita água e no verão pode ser necessário regar duas vezes ao dia, tendo cuidado para que as folhas tenham tempo de secarem antes do anoitecer para evitar doenças.

 

 

Bonsai syzygium paniculatum no ponto de murcha.

 

A eugenia pode atingir o ponto de murcha com muita facilidade, durante o verão não é muito raro vermos os bonsais de syzygium paniculatum no fim da tarde com os ramos a flexionarem. É o ponto onde é imprescindível intervir e regar com abundância para salvar o bonsai antes de chegar ao ponto de murcha permanente que conduz à morte certa do bonsai. Se podarmos as pontas dos ramos com regularidade o bonsai syzygium paniculatum não chegará com tanta facilidade a esse ponto de murcha.

 

Regar moderadamente no inverno e sobretudo evitar deixar as raízes constantemente húmidas para não favorecer o apodrecimento. Não é por estar frio que não devemos regar, pelo contrário, um bonsai que não tem água suficiente é uma árvore frágil, suscetível a doenças, mas também ao frio e ainda mais ao gelo. A rega do bonsai é o passo pricipal para o sucesso.

 

Ler mais no nosso artigo original sobre como regar o bonsai.

 

 

 

Poda do bonsai syzygium paniculatum ou eugenia myrtifolia:

 

A poda de manutenção efetua-se no início da primavera e durante todo o período de crescimento. Consiste na pinçagem com as unhas ou com uma tesoura fina para manter a formação da copa, evitando cortar os brotos onde nascerão as flores e os futuros frutos. Os novos rebentos devem ser beliscados logo que apareçam, retirando a parte central com as unhas, por serem tenros não necessitamos de usar uma tesoura ou qualquer outra ferramenta.

 

Em resumo consiste em reduzir os novos rebentos a um ou dois pares de folhas logo que o rebento tenha desenvolvido seis a oito pares de folhas novas.

 

Poda de estruturação durante o inverno.

 

É a poda de estruturação que permite manter a árvore compacta e definida.

 

Ler artigo original sobre a poda de estruturação do bonsai.

 

O syzygium paniculatum ou eugenia myrtifolia suporta bem as podas drásticas, mas sabemos que quanto mais podarmos um bonsai menos flores e consequentemente menos frutos teremos.

 

NOTA:

 

- Os cortes grandes não cicatrizam muito bem no syzygium paniculatum, por isso devemos evitá-los, mas se for necessário realizar essa operação recomendamos a aplicação de uma pasta de cicatrização.

 

Ver qual o objetivo da pasta de cicatrização no bonsai.

 

Aramação:

 

A aramação do bonsai syzygium ou eugenia myrtifolia é possível quase todo o ano exceto durante a fase de repouso vegetativo e de dormência, a madeira sem a seiva a circular fica mais dura e mais quebradiça.

Deve-se aramar com muito cuidado por causa da fragilidade dos ramos, muito quebradiços. Por precaução é melhor colocar ráfia ou qualquer outro material de proteção à volta dos ramos a aramar para dar mais resistência e evitar que se rompam.

 

Como em todas as espécies de bonsai é importante vigiarmos permanentemente o arame para não ferir a casca, os ramos desenvolvem-se com muita rapidez e por isso devemos estar atentos.

 

Utilizamos um arame de alumínio anodizado especialmente concebido para a aramação de bonsai.

 

DICA:

 

- Não deixar o arame por muito tempo no ramo, é preferível retirá-lo e voltar a aplicá-lo várias vezes, sempre por cima de uma proteção.

 

- No momento de retirar o arame não é recomendado retirá-lo de uma só vez, é mais seguro cortá-lo em pedacinhos com um corta arame afim de não quebrar o ramo. O corta arame é a ferramenta ideal para remover o arame sem ferir o ramo. Na prática consiste em cortar o arame a cada volta afim de conseguir retirá-lo por completo. Para retirar o arame sem ferir a casca do bonsai é aconselhável utilizar uma ferramenta adequada. O corta arame permite cortar o arame em secções muita pequenas sem marcar o ramo do bonsai.

 

Ver os nossos arames de alumínio anodizado.

 

O bonsai syzygium paniculatum ou eugenia myrtifolia é sensível ao ataque de cochonilha, pulgões e ácaros. Afim de evitar a utilização de produtos fitofarmacêuticos, devemos favorecer a prática de um método de cultivo mais racional como:

 

- Regar sempre da parte da manhã para evitar o excesso de humidade nas folhas durante a noite o que favoreceria o aparecimento da cochonilha;

 

- Evitar o excesso de água no torrão que pooderia provocar o apodrecimento das raízes;

 

- Utilizar um excelente substrato como a akadama hard quality que podemos misturar com kanuma para reduzir o PH, o bonsai syzygium paniculatum ou eugenia nyrtifolia gosta de um solo ligeiramente ácido. Nos bonsais mais velhos podemos acrescentar pómice para diminuir o risco de compactação do solo. Um susbtrato drenante evitará o apodrecimento das raízes;

 

- Aplicar um adubo orgânico como o biogold com regularidade, uma fertilização adequada ajuda o bonsai a defender-se das enfermidades;

 

- Podar com muita assiduidade, pois o excesso de folhagem ajuda a proliferação dos pulgões e ácaros, bem como o aparecimento da cochonilha;

 

- Proteger do sol no verão para evitar a desidratação e as queimaduras das folhas e abrigá-lo do gelo no inverno, o bonsai syzygium paniculatum gosta de uma temperatura amena e se for exposto ao tempo frio durante muito tempo, as consequências podem serem desastrosas.

A eugenia uniflora é ainda mais sensível ao frio e convém resguardá-la num local fora de gelo e se possível com uma temperatura media superior a dez graus. 

O nosso exemplar de eugenia uniflora passa a maior parte do tempo numa estufa.

 

Transplante:

 

Efetuamos o transplante do bonsai syzygium paniculatum a cada três a quatro anos no fim do inverno, o torrão deve ter uma camada de raízes à sua volta, caso contrário aguardar mais um ano para realizar a operação.

 

Como já vimos num artigo precedente, não é uma obrigação realizar o transplante a cada três ou quatro anos, há bonsais que não se desenvolvem rapidamente e por isso podem permanecer mais um ano no mesmo vaso, o que não impede de substituir o substrato enfraquecido por um novo de boa qualidade.

 

Devemos sempre privilegiar um substrato a base de akadama hard quality misturado com pedra vulcânica ou pómice. O substrato deve ser o mais drenante possível. Nos primeiros anos podemos utilizar apenas akadama hard quality e acrescentar nos transplantes seguintes outro substrato mais drenante. 

 

E para conseguir o transplante do bonsai com sucesso, ler os nossos artigos originais:

 

- O substrato para o bonsai

 

- O transplante do bonsai

 

 

 

E o vaso?

 

Escolher um vaso com pouca altura, as raízes do bonsai syzygium são facilmente controláveis e assim aproveitamos para realçar a estrutura da eugenia.

 

Descubra como escolher o vaso certo para o seu bonsai.

 

Fertilização:

 

De fevereiro até fim de junho uma vez por semana e de julho até fim de setembro de quinze em quinze dias com um adubo líquido especial bonsai e uma vez em novembro com um adubo orgânico como o biogold, respeitando a dosagem de uma pedra a cada cinco centímetros de vaso ou colocando as pedrinhas nos contentores próprios.

 

Ver os nossos contentores para adubo biogold

 

Podemos igualmente aplicar o biogold líquido uma vez por mês de março até fim de julho em substituição do adubo mineral, isso irá fortalecer o nosso bonsai contra enfermidades.

 

Ler artigo sobre o biogold original e sabe como fazer o biogold líquido.

 

Multiplicação do bonsai syzygium paniculatum por sementeira, mas é mais fácil e mais seguro de reproduzir por estaquia, com recolha das estacas semilenhosas no fim do verão aré meados de setembro.

 

Saiba como conseguir um bonsai a partir de estaca.

 

Já a eugenia uniflora é mais fácil de obter a partir de sementes. A sementeira terá lugar na primavera quando o tempo começar a aquecer. Podemos aproveitar as sementes dos frutos que recolhemos da pitangueira.

 

Relembramos que a sementeira é sempre o método mais indicado para obtermos um nebari mais bonito. Em contrapartida, não temos a garantia de conseguir a variedade desejada em concreto.

 

O que é o nebari do bonsai?

 

Chama-se nebari a base do tronco juntamente com as raízes superficiais do bonsai.

 

Damos muito importância às raízes porque são elas que transmitem a força desenvolvida para segurar a árvore ao solo.

 

Ler artigo original sobre o nebari do bonsai.

 

NOTA:

 

A eugenia uniflora ou pitangueira é um verdadeiro tesouro para os colecionadores de bonsai, não tanto pelo seu estilo, mas mais por causa das suas cores vivas, os seus frutos saborosos e a sua casca que se desfia com o tempo, dando-lhe um aspeto ainda mais natural e autêntico.

 

Na iberbonsai temos um exemplar já com alguma idade e todos os anos os nossos clientes que visitam o nosso espaço durante a primavera e o início do verão podem deleitar-se com os seus frutos maduros. Muitas das vezes podem levar com eles as sementes recuperadas dos frutos que comeram e assim aproveitar para semear no jardim.

 

 

Quais os estilos do bonsai syzygium paniculatum

 

 

Os estilos utilizados são:

 

- Chokkan, com tronco bem definido que vai afunilando até ao topo da árvore e hokidashi, estilo onde os galhos seguem em todas as direções formando e abrindo-se como um leque.

 

Ler mais sobre o significado e os estilos de bonsai.

 

Curiosidade:

 

O cravo-da-índia com o seu forte poder aromático e muito utilizado em cozinha é também um syzygium, ou seja, o syzygium aromaticum.

 

Como já referimos o bonsai syzygium paniculatum ou eugenia myrtifolia  assim como a eugenia uniflora são de fácil cultivo e particularmente indicados para iniciantes.

 

Comprar agora bonsai syzygium.