
Bonsai Zanthoxyllum Piperitum.
O bonsai zanthoxyllum piperitum tem uma característica muito própria, o seu cheiro quando friccionamos as suas folhas e a particularidade de produzir sementes que dão origem à pimenta de Sichuan, esta variedade é de exterior.
Outra espécie de zanthoxyllum piperitum, desta vez de interior, é muito apreciada em bonsai por conta do brilho espetacular da sua folha, pequena e recortada. Pode ser mantido no interior com as condições adequadas.
Em bonsai não é muito fácil produzir as bagas de pimenta por causa das podas sucessivas, mas por vezes acontece.
O bonsai zanthoxyllum piperitum é uma árvore de folha caduca quando localizado no exterior, na natureza a folha pode atingir dez a quinze centímetros de comprimento, de cor verde-escuro virando ao amarelo e rosa pálido no outono.
O farfalhar das folhas, devido ao seu atrito, produz um aroma muito perfumado.
No mês de junho nascem flores muito pequenas com quatro a cinco centímetros de comprimento.
NOTA:
- É preciso esperar três a quatro anos antes de podermos colher as primeiras cascas das bagas.
A - O bonsai zanthoxyllum piperitum de exterior:
O zanthoxyllum piperitum de exterior, contrariamente ao zanthoxyllum piperitum de interior tem como inconveniente possuir espinhos vigorosos, o que não ajuda na poda e ainda menos no trabalho de aramaçãoR
Esta planta é nativa da Madagáscar e da China, na região de Sichuan, onde a árvore na natureza pode atingir cinco metros de altura.
O zanthoxyllum piperitum ou árvore da pimenta é também chamada de pimenta de Sichuan.
É da família das Rutaceaes e o género zanthoxyllum contem muitas espécies de árvores e arbustos e o fruto de algumas espécies é utilizado na preparação de especiarias. Relembramos que o género é o primeiro termo ou palavra da nomenclatura. Agrupa todas as espécies de uma planta. A espécie é a segunda palavra da nomenclatura e é escrita em minúsculas e em latim. Ela distingue os indivíduos de um mesmo grupo. As plantas do mesmo grupo podem reproduzir-se umas com outras, mas geralmente não podem reproduzir-se com membros de outra espécie. As características genéticas únicas desta espécie são reproduzidas de geração em geração através das suas sementes.
Ler artigo original sobre a botânica e o bonsai.
A madeira do zanthoxyllum piperitum é de cor amarela.
É uma árvore disseminada na Ásia, muito comum nos Himalaias, no Japão e na Coreia.
É uma árvore espinhosa e portanto, um pouco difícil de aramar. De folha caduca, aromática, com uma admirável folhagem de cor invulgar no final do verão.
As pequena flores amarelo-esverdeado aparecem nas pontas dos ramos.
Este bonsai produz bagas pequenas, esféricas, vermelho-rosado no fim do verão, contendo sementes pequenas, pretas e comestíveis.

É da casca do fruto seco e não das sementes que vem a pimenta chamada pimenta de Sichuan.
Cultivada na Ásia, de onde deriva o nome da sua região de predileção: Sichuan na China.
Com 485.000 quilómetros quadrados e 88 milhões de habitantes, Sichuan é uma das maiores províncias da China. De leste a oeste, encontramos planícies, colinas, montanhas e planaltos. Situada no sudoeste do país, esta província serve de porta de entrada para o Tibete. A oeste de Sichuan, alguns tibetanos chegaram mesmo a estabelecer residência, mas é a comunidade Yi que habita maioritariamente a província. Sichuan oferece uma variedade de paisagens muito ricas, com rios, cascatas, fontes termais, lagos, lagoas e grutas. Alguns locais foram arquitetados de forma ideal para os turistas, como o Parque Jiuzhaigou. Vários locais foram classificados como Património Mundial pela UNESCO. Entre eles, o monte Emei Shan, as gravuras rupestres de Dazu, as bacias de Huanglong, o Monte Qingcheng, sagrado para a cultura taoista e os grandes santuários de pandas. Os animais que vivem na região são numerosos. Existem cerca de cinquenta espécies de animais raros. Em Sichuan, encontram-se oitenta e cinco por cento dos pandas gigantes da China. Foram criadas muitas reservas para espécies ameaçadas de extinção, incluindo Chengdu e Bifengxia. As cidades da província estão repletas de locais históricos e culturais. Chengdu, a capital, cuja história remonta a mais de dois mil anos, é conhecida pela sua impressão e fábrico de cetim, brocados e objetos de cerâmica. Dege é a casa de um livreiro tibetano e Ganzi é a casa de muitos mosteiros. A maior estátua de Buda esculpida na rocha encontra-se em Leshan e o maior aeroporto de Sichuan está situado em Chengdu.
Ler artigo original China Roads.com
O arbusto zanthoxyllum, com as suas folhas ligeiramente avermelhadas dão origem a pequenas bagas de cerca de cinco milímetros, geralmente deformadas e com uma aparência áspera.
Num primeiro momento verde, corando e tornando-se castanhas quando maduras. Abrem-se para deixar cair as duas sementes que contêm, oferecendo-nos assim o seu saboroso invólucro.
Esta pimenta é sublime quando é finemente moída um pouco antes da sua utilização.
A baga de Sichuan pertence à espécie zanthoxyllum piperitum, tal como os citrinos, pelo que todas as bagas do género zanthoxyllum apresentam sabores semelhantes ao dos limões, laranja ou toranja.
História:
Valorizada na China antiga pela sua mistura de frescor e calor, poder e propriedades afrodisíacas, a história conta que a baga de Sichuan teria mesmo embalsamado com o seu cheiro envolvente as paredes dos quartos do paláccio de Chang'an.
Ela fez a sua aparição na Europa no século XIII quando Marco Polo importou-a para Veneza e fez furor junto dos cozinheiros, mas foi rapidamente esquecida.
É apenas no século XIX que a baga de Sichuan volta em força à Europa.
Sendo uma espécie muito resistente, o nosso bonsai zanthoxyllum piperitum de exterior, no estado natural aguenta até vinte graus negativos. Em bonsai é possível, especialmente na nossa região, deixá-lo no exterior se a temperatura não descer abaixo dos cinco graus negativos.
Temos que ter algum cuidado por causa do vaso que muitas vezes tem as paredes muito finas e assim favorece o congelamento das raízes.
Neste caso, o bonsai irá perder as folhas e voltará a brotar na primavera.
B - O bonsai zanthoxyllum de interior:
O nosso bonsai zanthoxyllum piperitum de interior tem a aclimatação necessária para viver dentro de casa desde que haja muita luz natural, neste caso não irá perder as folhas na totalidade se a temperatura não descer abaixo dos doze graus. As suas folhas são muito mais brilhantes e mais pequenas que o zanthoxyllum piperitum de exterior e sobretudo de um verde muito mais escuro, compostas, brilhantes na frente e verde-claro pálido no verso. As folhas libertam um odor cítrico quando cortadas.
Adapta-se muito bem em bonsai por ter espaços entre folhas muito curtos, folhas pequenas e folhagem densa. As flores são muito pequenas, mas têm um certo encanto para aqueles que as apreciam. É uma planta dioica, ou seja, planta de sexo distinto com espécimes masculinos como femininos.
O bonsai zanthoxyllum piperiutum de interior pode ficar no exterior durante a primavera e verão, gosta de um local solarengo, mas como todo o bonsai ao ar livre é sensato fornecer alguma sombra pelo menos durante as horas mais quentes do verão. Em contrapartida, sendo um bonsai mais indicado para o interior, teremos que ter muita atenção com o frio e a partir dos dez graus devemos resguardá-lo.
Rega:
O bonsai zanthoxyllum piperitum requer muita água durante a época de crescimento, mas não tolera humidade estagnada constante.
É, portanto, essencial deixar secar a parte superior do substrato antes de regar novamente.
Também não é aconselhável pulverizar a folhagem, especialmente quando o bonsai está dentro de casa e o tempo está frio e húmido, uma vez que isso pode favorecer o desenvolvimento de doenças e fungos que podem causar o apodrecimento das folhas.
A rega durante o inverno é essencial, especialmente se o bonsai estiver no interior e num ambiente mais quente.
Pode ser necessário regar mais vezes se o ambiente estiver muito seco por causa do ar condicionado, será sempre prudente deixar o bonsai longe de uma saída de ar, mas sempre o mais perto possível de uma janela sem cortinas.
Ler artigo original sobre a rega do bonsai.
Poda:
Podar quando os ramos atingirem seis folhas novas, deixando apenas as duas primeiras. Utilizamos uma tesoura fina no bonsai zanthoxyllum de exterior porque o ramo é mais duro.
Beliscamos no caso do zanthoxyllum de interior durante a fase de crescimento, com os dedos para reduzir o tamanho da folha.
É sempre conveniente remover os rebentos jovens que surgem na base do tronco, ramos que se cruzam e ramos que crescem verticalmente, aplica-se tanto no bonsai de interior como de exterior.
Aramação:
Aramar na primavera, tendo o cuidado de proteger a casca dos ramos com ráfia antes de colocar o arame, uma vez que os ramos são muito flexíveis, mas também muito sensíveis e podem sofrer marcas provocado pelo arame. A colocação do arame tem uma importância fundamental na estética do bonsai. É um processo imprescindível na estilização que pretendemos dar ao bonsai, operação que permite guiar e direcionar os ramos para obtermos o estilo pretendido.
A aramação é útil para retificar a orientação dos ramos do bonsai. Um dos objetivos do arame é representar e imitar a ação do peso nos ramos provocado pela chuva ou a neve, igual ao que acontece na natureza. Quer se trata de uma planta jovem ou de uma árvore adulta, a colocação correta do arame permite construir tronco, ramo, raiz, galho e folhagem. A colocação do arame requer rigor e reflexão. Quando se tem a árvore diante de si, o projeto de construção da árvore já deve estar bem definido para que a aramação seja eficaz e esteticamente agradável.
Ler o nosso artigo original sobre a aramação do bonsai.
Manter vigilância constante na época de crescimento para evitar o risco do arame ficar incrustado na casca, neste caso só com um alicate corta arame se poderá retirar.

Transplante:
Qual o objetivo do transplante?
Será mesmo necessário mudar o nosso bonsai de vaso?
Claro que sim, o bonsai vai precisar de mais espaço e sobretudo mais alimento porque o substrato antigo já não consegue fornecer. Sem o processo de transplante as raízes vão ficar presas ao torrão e vaso, sem nenhuma possibilidade de crescerem e sem nutrientes para alimentar o bonsai. O transplante do bonsai é uma fase necessária e indispensável na vida do bonsai. A cada dois ou três anos, com um substrato de muito boa qualidade como akadama hard quality e apenas quando o torrão estiver coberto com um bom e extenso sistema de raízes, caso contrário esperamos mais um ano.
Nos exemplares mais velhos podemos acrescentar pomice misturado com akadama hard quality.
A utilização de sakadama, substrato com origem na África do Sul, dá igualmente bons resultados.
Ler artigo sobre o transplante do bonsai.
E como escolher o vaso certo quando fazemos o transplante?
O vaso para o bonsai tem furos maiores que os outros vasos para ajudar no arejamento do substrato e pequenos pés de diferentes formas, para elevar o vaso do nível do chão. O fato de ser mais alto facilita a ventilação do substrato e evita que as raízes saiam e se agarrem ao solo.
O vaso para bonsai tem de ter furos suficientes para permitir a evacuação da água da rega e furos mais pequenos para deixar passar o arame de alumínio ou de cobre, indispensável para prender o bonsai ao vaso. Se o bonsai não ficar preso na sequência do transplante, corremos o risco de partir as novas raízes aquando do manuseamento.
Na hora de escolhermos o vaso temos que evitar os vasos com rebordos no interior e que dificultam o transplante, podemos ser obrigados a partir o vaso no momento do novo transplante. Nas regiões com temperatura abaixo dos cinco graus negativos temos que ter mais cuidado na hora de escolher o vaso, existem qualidades que resistem ao gelo e outros não.
A forma e a cor do vaso são uma questão de gosto, mesmo assim temos que respeitar certas recomendações. O vaso serve para destacar o bonsai e não para o dominar.
Ao olhar para o bonsai, o olhar não deve pousar diretamente no vaso.
A escolha da cor deve realçar ou reforçar uma característica da árvore, como o tronco, a folhagem, as flores ou os frutos. Por exemplo, uma árvore com flores amarelas ficará bem com um vaso azul ou vermelho ocre e um bonsai com flores vermelhas ficará perfeito com um vaso verde. Para além da cor, existem dois tipos de vasos, os esmaltados e sem esmalte. Os vasos esmaltados são geralmente adequados para bonsai de folha caduca, bonsai dito de interior como o zanthoxyllum piperitum de interior e árvores de fruto como o malus. Os vasos sem esmalte adaptam-se geralmente bem às coníferas ou às espécies selvagens.
A forma do vaso não vai intervir diretamente no cultivo do bonsai, mas é sobretudo importante para a estética. A forma deve estar em harmonia com a árvore. A escolha da forma dependerá de vários fatores, tais como a espécie e o estilo do bonsai.
Ler o nosso artigo original sobre como escolher um vaso para o bonsai.
Multiplicação:
Por sementeira com estratificação a quatro graus durante três a quatro meses e sementeira direta na primavera. Taxa de sucesso de cerca de quarenta por cento.
A sementeira ou Misho em japonês é a melhor maneira de obter um nebari perfeito, contrariamente ao método de estacas e alporquia. A sementeira é a técnica mais interessante no bonsai por ter várias vantagens em relação aos outros métodos. Por exemplo, temos a certeza da idade do nosso bonsai porque sabemos sem dúvida alguma, quando nasceu o primeiro rebento, é o procedimento mais seguro para obtermos um nebari mais bonito, as raízes irão engrossar de modo natural, é uma técnica que não envolve uma grande despesa, basta comprar as sementes e seguir as nossas indicações para conseguir o primeiro bonsai.
Ler o nosso artigo original sobre a sementeira do bonsai.
A sementeira é a parte mais difícil para obter um bonsai desde o início, mas é a maneira mais simples de conseguir um nebari perfeito. Chama-se nebari a base do tronco juntamente com as raízes superficiais do bonsai.
A essência da cultura do bonsai fundamenta-se no alcance da perfeição do nebari, ou seja, o sistema radicular apurado que vai permitir proporcionar um melhor desenvolvimento da estrutura aérea.
Ler artigo orginal sobre o nebari do bonsai.
É possível igualmente reproduzir o zanthoxyllum piperitum por estacas semilenhosas no fim do verão início do outono.
O bonsai zanthoxyllum piperitum é um bonsai muito resistente e é difícil adoecer, especialmente se respeitarmos as condições ideais de cultivo:
- Regar apenas quando necessário, proteger do frio a partir de cinco graus negativos com palha ou turfa para o zanthoxyllum de exterior;
- Abrigar do sol intenso pelo menos entre as onze e as dezasseis horas;
- Dar-lhe a melhor exposição possível ao sol, para o zanthoxyllum de interior virá-lo a cada dois ou três dias para um crescimento regular da rama;
- Alimentá-lo generosamente com um fertilizante líquido a uma taxa de cinco milílitros por litro de água uma vez por semana de fevereiro até ao final de junho e de quinze em quinze dias de julho até ao final de setembro.
Podemos também aplicar o Biogold líquido uma vez por mês e o Biogold sólido uma vez em novembro que irá alimentá-lo durante todo o inverno.
Ler artigo original sobre o biogold para bonsai.
O bonsai zanthoxyllum piperitum tem a vantagem de produzir bagas maravilhosas.
Pode ser formado no estilo hokidashi, em forma de vassoura, mais dificilmente no estilo moyogi ou ereto informal e também no estilo kengai ou estilo de bonsai em cascata.
Ler artigo sobre os estilos de bonsai.
O zanthoxyllum piperitum de interior é um excelente bonsai, notável pela sua folhagem delicada, brilhante e ligeiramente perfumada, fácil de moldar e é indispensável numa coleção.