
Bonsai Juniperus chinensis itoïgawa.
O juniperus chinensis itoïgawa é uma conífera onde se incluem os pinheiros, como por exemplo o pinus sylvestris que é o mais comum em Portugal, o pinus thunbergii ou pinheiro negro, o pinus pentaphylla ou pinheiro branco japonês que é o único com agrupamento de cinco agulhas, daí ou seu nome de penta. Este último encontra-se sempre enxertado sobre pinus thunbergii por ser mais resistente, o pinus parviflora obtém-se a partir de semente e não vamos esquecer o pinus mugho mughus que é o pinheiro da montanha.
Os juniperus são espetaculares em bonsai com as suas inúmeras variedades, o chinensis é um dos mais utilizado em bonsai, o itoïgawa o mais fantástico pela sua folhagem verde claro e a sua madeira ideal para formar madeira morta, ou seja, jin shari.
O juniperus procumbens com a sua folhagem muito densa é ótimo para criar bonsais no estilo kengai, ou seja, cascata.
No nosso viveiro multiplicamos e formamos em bonsai muitos juniperus como o communis repanda, o conferta schlager, o chinensis, o kyushu, a sabina ou tamariscifolia, mas entre todos os juniperus, o itoïgawa é a estrela dos bonsais, muito raro porque há muito tempo que é proibida a sua recolha no meio natural e desde então a única possibilidade de obter un juniperus chinensis itoïgawa é a partir da reprodução por estaca, que também reproduzimos por este método na iberbonsai.
O juniperus chinensis itoïgawa é uma variedade originária do Japão.
Para informação:
- A família inclui géneros que têm genes e características em comum porque provêm dos mesmos pais.
- O généro é o primeiro termo da nomenclatura e agrupa todas as espécies de uma planta.
- A espécie distingue os indivíduos de um mesmo grupo, ou seja, é o grupo de indivíduos com caracteres morfológicos, fisiológicos e cromossômicos semelhantes que se podem cruzar.
- A variedade é o termo utilizado para distinguir as plantas da mesma espécie. É uma população artificial, reprodutível, homogênea e estável na sua característica genética e distinta de outras variedades. As características da planta podem ser reproduzidas de uma geração para a seguinte através de sementes.
- O híbrido é o resultado do cruzamento de dois ou mais progenitores de diferentes origens genéticas;
- O clone é um conjunto de indivíduos derivados do mesmo organismo e possuindo a mesma herança hereditária ou conjunto de células resultantes de divisões sucessivas de uma determinada célula sem qualquer diferenciação, estas células são portanto, idênticas à célula inicial.
Na natureza o juniperus pode atingir uma altura de vinte e cinco metros. Folhas pequenas que se mantém todo o ano na árvore, agulhas nos juvenis e escamas nos adultos, o tronco tem uma coloração avermelhada que se descasca com facilidade.
A sua folhagem pode variar, sendo bastante clara quando exposto ao sol, e mais escura a meia sombra. No inverno pode ficar mais amarela, o que é normal, mas volta ao verde inicial assim que entramos na primavera..
O juniperus chinensis itoïgawa em bonsai:

Itoïgawa é o nome de uma cidade no Japão com pouco mais de trinta mil habitantes, no norte da ilha de Honshu, na costa do mar do Japão na província de Niigata.
O juniperus chinensis itoïgawa encontrava-se na natureza e no estado selvagem apenas nas encostas dos montes Myôjô e Kurohime a mais de mil metros de altitude.
Hoje em dia já não há juniperus chinensis itoïgawa no habitat natural. Os exemplares que podemos encontrar no mercado são originários de produtores que fazem multiplicação por estaca de juniperus chinensis itoïgawa a partir dos restos de poda.
A particularidade do juniperus chinensis itoïgawa reside na sua folhagem verde intenso muito fina e com delicadas escamas de um verde suave, macio ao toque e tornando-se muito densa, mas sobretudo e o mais relevante é a vantagem de tolerar muito bem a poda e as sucessivas pinçagens, o que facilita assim a sua estilização.
Uma das características do juniperus chinensis itoïgawa é de formar veias vivas que correm ao longo do comprimento da madeira morta, originalidade deste juniperus e deve-se ao facto de os regos de seiva serem muito divididos e estruturados, ou seja, a seiva circula nas veias que ligam diretamente as grandes raízes aos ramos e se cortamos uma raiz, o ramo ligado a ela morre. Da mesma forma e se cortamos um ramo, o sistema radicular ligado a ele morrerá. Constatamos então que toda a parte do tronco sob o ramo vai secar. Ramos e raízes estão interligados o que nos obriga a redobrar a nossa atenção aquando da poda, é crucial para a vida do nosso bonsai.
E por tudo isso o juniperus chinensis itoïgawa é a estrela dos bonsais.
Quando formamos um juniperus chinensis, contamos sobretudo com a pinçagem e nem todas as variedades de juniperus suportam este tipo de poda, a folhagem pode ficar densa ou por vezes até retroceder e ficar novamente com agulhas, o que munca acontece com o juniperus chinensis itoïgawa.
Se não podarmos, muito poucos rebentos novos aparecerão na madeira dos anos anteriores. Os ramos alongam-se e desdobram-se na parte de trás.
No entanto, devemos podar os ramos mais longos tendo o cuidado de cortar a parte lenhificada, ou seja, a parte que se transformou em madeira. Podar a parte castanha e não a parte verde é outro segredo em relação ao juniperus chinensis itoïgawa.
É assim que conseguimos aproveitar a energia para fazer aparecer novos rebentos na parte de trás e construir um belo ramo que dará origem a um novo patamar.
Ao podar um ramo, temos que ter em mente em conservar um pouco de folhagem verde, senão ele morre, tal e qual como no pinheiro.
O juniperus chinensis itoïgawa comercializado na Europa provém dos viveiros japoneses que aproveitam sistematicamente os restos de poda para produzirem os bonsais que adquirimos.

Estaca de juniperus itoïgawa com raízes e com um ano da iberbonsai.
São sucessivamente transplantados em vasos de cultivo e com repetidas colocações de arame para lhes dar movimento. Na iberbonsai pomos à disposição dos nossos clientes uma gama de vasos de plástico de treino com preço muito atrativo e que são perfeitos para o cultivo do juniperus itoïgawa.
O aspeto retorcido do tronco não é natural, é com aramação que se consegue o efeito torcido da árvore enquanto ela ainda é jovem e anos depois, as árvores estão prontas para serem exportadas para todo o mundo.
Ver os nossos vasos de treino.
A seguir detalhamos algumas dicas sobre a aramação do bonsai para conseguir dar espetaculares movimentos ao tronco do bonsai:
- A colocação do arame tem uma importância primordial na estética do bonsai. É um processo imprescindível na estilização que pretendemos dar ao nosso bonsai, operação que permite guiar e direcionar os ramos para obtermos o estilo pretendido.
- A aramação é de uma grande utilidade para retificar a orientação dos ramos do bonsai.
- Um dos objetivos do arame é imitar e susbtituir o que acontece na natureza pela ação da chuva ou da neve nos ramos das árvores.
- A aramação do bonsai consiste em enrolar um arame de alumínio anodizado ou de cobre cozido em volta do tronco ou de um ramo para modificar a sua direção, tendo em vista a definição da forma pretendida.
- A aramação pode ser feita praticamente durante todo o ano para a maioria das espécies de bonsai, de preferência no inverno para as coníferas, cujo arame irá permanecer durante vários meses e será retirado antes de começar a marcar a casca. No verão será a vez dos bonsais de folha perene, o arame deverá permanecer pelo menos três meses.
- Em qualquer dos casos, se ao retirar o arame, o ramo ou o galho não ficar na posição pretendida, então teremos que repetir a aramação por mais uns meses.
- Convém aplicar o arame sem apertar em demasia para não marcar a casca do ramo, por norma deixamos um espaço livre entre o arame e a casca. Com o tempo é importante vigiar o impacto do arame e removê-lo antes deste ficar cravado na casca da árvore. O crescimento pode variar muito de um bonsai para outro e de uma região para outra, portanto a única referência que podemos ter é vigiar constantemente para verificar se o arame não está a ferir a casca dos ramos do bonsai.
- O arame tem de ter um apoio para ser eficaz, caso contrário ele não terá nenhuma força e não se consegue moldar eficazmente, deve-se começar a colocar o arame no torrão e enrolar em volta do tronco ou nos primeiros ramos mais abaixo.
- Para os ramos superiores, devemos começar a partir do tronco ou à volta de um ramo mais grosso, respeitando sempre um ângulo de quarenta e cinco graus por ser mais estético, começando sempre pelo ramo mais grosso e seguindo até ao ramo mais fino.
Continuar a ler artigo original sobre a aramação do bonsai.
A produção de árvores jovens já com algum efeito no tronco e uma folhagem densa e muito próxima ao tronco solicita muito trabalho. Requer entre outros, a poda constante durante o ano para que a folhagem não fique demasiada comprida e permaneça compacta, assim como a colocação, remoção e nova aplicação do arame se necessário ao longo do ano para não marcar a casca do juniperus itoïgawa.
Há muitos anos que na iberbonsai reproduzimos o juniperus chinensis itoïgawa por estaca com madeira madura no fim do verão.
Das diferentes técnicas de estacas de bonsai destacamos a estaca herbácea que é uma estaca verde e é especialmente indicada para o juniperus chinensis itoïgawa. É no fim da primavera e no máximo até ao início do verão, com a planta em crescimento vegetativo, que aproveitamos uma parte ainda verde, ou seja, não lenhosa da planta para tirar uma estaca.
É um procedimento algo complexo, mas é a solução mais rápida de obter uma nova planta.
Utiliza-se essencialmente nas plantas ditas moles, como por exemplo as pequenas plantas perenes de jardim. A estaca deve ter mais ou menos dez centímetros de comprimento e só retiramos a folhagem na parte que ficará enterrada.
Implica vigiar constantemente o grau de humidade ao redor das estacas.
Ou também estaca semilenhosa no fim do verão até meados de setembro que consiste em recolher a extremidade de um ramo de mais ou menos quinze centímetros de comprimento e com folhas, com a precaução de cortar abaixo de um nó, sítio onde nascerão as novas raízes.
A seguir retirar a maior parte das folhas deixando apenas algumas e cortadas ao meio na parte superior do ramo para reduzir a evaporação.
Ler artigo original sobre a estaquia do bonsai.
O transplante do bonsai juniperus.
Transplante a cada dois anos nas plantas jovens e cinco anos ou mais nos bonsais adultos.
O substrato ideal é uma mistura de akadama hard quality com kiryuzuna ou pomice à razão de trinta a cinquenta por cento nos primeiros transplantes. Nos transplantes seguintes reduzir a percentagem de akadama e aumentar a percentagem de kiryuzuna.
Os exemplares mais velhos podem ser transplantados só com kiryuzuna.
De preferência devemos utilizar uma mistura que minimize o risco de asfixia das raízes, causa principal da morte dos juniperus e dos pinus, daí a escolha da kiryuzuna e da pomice que são dois substratos extremamente drenantes.
Qual a vantagem da kiryuzuna e porque é tanto utilizada no transplante de coníferas e sobretudo dos pinheiros e juniperus?
- A principal razão é o facto das raízes não se agarrarem a este tipo de susbtarto, o que nos facilita o trabalho do transplante.
Saiba mais sobre os substratos para bonsais.
O juniperus chinensis é o bonsai perfeito para efetuar madeira morta ou jin shari.
Jin é uma parte descascada do galho enquanto shari é uma parte sem casca do tronco.

Juniperus chinensis nº 21338 iberbonsai.
O que é a madeira morta ou jin shari?
São técnicas utilizadas para dar impressão de uma árvore velha, com a criação de madeira morta numa árvore que vive nas montanhas em condições extremas, fustigada pelos elementos da natureza.
Copiamos a natureza e tentamos criar uma réplica mais próxima de um exemplar natural, maltratado pelo ecossistema ao longo do tempo.
Procuramos imitar, com estas técnicas, o que acontece na natureza. A madeira morta numa árvore é criada pela exposição prolongada à seca, ao gelo, ao vento forte ao peso da neve e com o efeito intenso do sol, a madeira morta fica branca.
Nas nossas casas esta situação não acontece naturalmente nos nossos bonsais porque estamos sempre a protegê-los. Protegemo-los do sol no verão, do frio e da neve no inverno, sendo assim temos que induzir um substituto para plagiar a natureza.
Em princípio usamos a técnica do jin shari em árvores perenes, nomeadamente coníferas com o juniperus chinensis itoïgawa, é muito raro encontrar uma árvore de folha caduca apresentando um jin ou um shari, mas é perfeitamente possível, o maior problema é que nas árvores de folha caduca, geralmente a madeira morta apodrece, assim é muito difícil conseguir um bom resultado com o tempo.
Continuar a ler artigo original sobre o jin shari.
A criação de madeira morta no bonsai tem por objetivo melhorar e embelezar a estética, tem de ser realizada de maneira ponderada e respeitando o aspeto natural, pois na natureza a madeira morta numa árvore é o relato da vivência e respetivas fatalidades ao longo do tempo devido à seca extrema, vento, neve e raios.
É nisso que devemos pensar na realização da madeira morta no nosso bonsai, o resultado final é a representação numa escala reduzida das condições climáticas difíceis que uma árvore pode sofrer nas montanhas ou em penhascos íngremes.
Não esquecver que tanto a formação do bonsai como a realização de madeira morta nunca irão ter um resulatdo imediato, só o tempo dará conclusões satisfatórias e mais naturais.
O vento, o sol, a água são os principais fatores que irão dar o toque final natural ao bonsai com o tempo.
Pretender realizar madeira morta digna desse nome em pouco tempo é uma ilusão, o sucesso deste trabalho depende da sua projeção no tempo, não podemos pensar no imediato, mas prever a evolução do nosso trabalho no bonsai a longo prazo.
Nem todas as espécies de árvores são propícias para a realização de madeira morta, tem que ser árvores de madeira dura e regra geral árvores de folha perene, no caso de folha caduca como já vimos, pode provocar o apodrecimento do ramo.
O mais utilizado e também mais espetacular é o juniperus chinensis itoïgawa, é o bonsai de referência para a madeira morta.
AVISO:
- É importante referir que os bonsais para a realização de madeira morta, têm que ser árvores muito saudáveis, pois a prática do jin shari enfraquece a planta e pode causar um stress irreversível. A época favorável para a realização de madeira morta é no outono ou inverno quando a vegetação está quase parada, assim não enfraquece tanto o bonsai.
- É igualmente fundamental ter em atenção, ao realizar madeira morta, de não cortar em demasia veias de alimentação principais e importantes para os ramos superiores.
- Sobre os cortes feitos na casca aconselhamos aplicar uma pasta cicatrizante para facilitar a cicatrização e evitar a proliferação de fungos.
Ler artigo sobre a cicatrização e a pasta cicatrizante para bonsai.
A seguir algumas dicas importantes:
- Sobre juniperus, é preferível descascar o ramo logo a seguir ao corte para obter um jin mais comprido;
- Nos pinus, cortar o ramo e deixá-lo assim durante dois a três anos para que a seiva seque lentamente, assim a madeira morta terá mais resistência no tempo;
- No teixo ou taxus, a madeira é muito dura o que permite trabalhar com máquina sem nenhum problema;
- Picea, a madeira é muito tenra e neste caso é preferível não descascar o ramo, nem colocar arame ou tentar dar uma forma durante dois a três anos e só depois descacá-la.
O juniperus chinensis itoïgawa é um bonsai imprescindível numa coleção.
Particularidade do fruto do juniperus:
As bagas de zimbro, designação comum dos cones maduros do juniperus, são utilizadas como especiaria num vasto conjunto de confeções culinárias e em bebidas alcoólicas. A sua utilização mais conhecida é como fonte primária do sabor do gin, bebida cujo nome deriva da designação dada às plantas deste género na língua flamenga, ou seja, genever.
Igualmente conhecido como pimenta do pobre.
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