
Bonsai Loropetalum Chinensis.
Qual a origem do nome loropetalum?
Loropetalum é uma combinação das palavras gregas loron, ou seja, cinto e petalon, pétala, que descreve a originalidade das longas faixas deste tipo de planta. As pétalas são como cintos de couro. Quando o bonsai loropetalum chinensis floresce na primavera, várias flores estão frequentemente agrupadas e a forma da inflorescência é semelhante à do seu parente próximo, o género Hamamelis. Daí o loropetalum pertencer à família das Hamamelidáceas. Consoante o tipo, cada flor contém quatro a seis pétalas finas, cada uma com cerca de um a dois centímetros de comprimento.
NOTA:
O hamamelis é um arbusto de folha caduca ou uma pequena árvore que pode atingir até seis metros de altura. As suas folhas são ovais e dentadas. Produz flores amarelas nas axilas das folhas, ou seja, o espaço entre a folha e o caule, que florescem no início do outono e no inverno. O fruto é uma cápsula em forma de avelã que contém as sementes.
Classificação do bonsai loropetalum chinensis:
Família: hamamelidáceas
Gênero: loropetalum
Espécies: chinensis.
Ler mais sobre a nomenclatura do bonsai, ou seja, a classificação, a definição e a especificação dos nomes scientíficos coretos para as plantas e grupos de plantas.
O bonsai loropetalum chinensis é um bonsai muito resistente.
Com origem na Ásia Oriental, florestas dos Himalaias, China e Japão, é muitas vezes, como vimos mais acima, confundido por causa da flor, com o hamamelis.
Originário principalmente da Ásia, nomeadamente da China e do Japão, o loropetalum é apreciado pelo seu carácter ornamental. As características distintivas do loropetalum incluem a sua folhagem perene e flores atrativas. A cor das folhas varia entre a púrpurea, o bronze e o verde escuro, consoante a variedade. As folhas são geralmente ovais com bordos ligeiramente serrilhados. As flores do loropetalum são uma das suas características mais reconhecíveis. São frequentemente cor-de-rosa, vermelhas ou brancas e consistem em pétalas longas e finas, em forma de tira. Estas flores aparecem geralmente na primavera, acrescentando um toque de cor viva à paisagem. O tamanho do loropetalum pode variar consideravelmente consoante a variedade. Algumas variedades anãs têm apenas cerca de um metro de altura, enquanto que outros exemplares podem atingir mais de três metros com uma forma mais espalhada.
Em termos de necessidades de crescimento, o loropetalum prefere geralmente uma posição solarenga a meia-sombra.
Algumas variedades de loropetalum:
- Loropetalum chinensis Fire Dance ou loropetalum chinês de folhas vermelhas: é um arbusto compacto, arredondado e perene. Floresce em grupos de filamentos vermelhos de março a maio. Folhagem redonda, verde escura, ligeiramente azulada, decorativa durante todo o ano. Rebentos vermelho-púrpura muito atraentes. Necessita de um solo muito bem drenado, ácido a neutro e uma localização abrigada.
- Loropetalum chinensis Ming Dynasty: bastante vigoroso, com rebentos roxo-bronze, produzindo muitas flores rosa-púrpura ligeiramente perfumadas entre março e maio. Como o Fire Dance necessita de um solo ácido a neutro bem drenado e de uma localização abrigada.
- Loropetalum chinensis Black Pearl: arbusto compacto com folhagem roxo escuro, quase preto. Floresce em rosa profundo tingido de vermelho no final do inverno. É mais um loropetalum que necessita de um solo bem drenado, ácido a neutro, num local abrigado. Soberbo arbusto que é universalmente aclamado pela sua folhagem e floração únicas! Magníficas flores decorativas no início da primavera, de um rosa luminosa ou mesmo vermelho. São realçadas por folhas pretas que dão ao Black Pearl um aspeto chique. Os jovens rebentos roxos dão um toque de cor. Requer proteção das correntes de ar.
- Loropetalum chinensis Plum Gorgeous: arbusto compacto que se espalha, com uma folhagem verde escura soberba. Flores vermelho-púrpura atrativas do final do inverno à primavera. Necessita de um solo ácido a neutro, drenado e uma posição abrigada. Gosta de solo fresco, embora os períodos de seca possam ser tolerados depois de bem estabelecido.
- Loropetalum chinensis Ruby Snow: arbusto compacto e de baixa manutenção que tem uma folhagem semi-perene de cor púrpura escura que realça as suas flores brancas. Estas aparecem no início da primavera e voltam a florescer em surtos no verão.
- Loropetalum chinensis Blush: as folhas jovens desta variedade de loropetalum são roxas e depois tornam-se verdes. As flores, ligeiramente perfumadas, são de um belo vermelho magenta.
- Loropetalum chinensis Ever Red: flores de um vermelho intenso. Folhas de cor púrpura escura. Compacto. A sua casca acobreada, que se desfaz com o passar dos anos, proporciona um interesse ornamental invernal, enquanto os seus rebentos jovens de primavera têm um brilho metálico. Cobre-se na primavera de cachos de flores originais, inflorescências em forma de pompons de três centímetros com estreitas fitas vermelha-carmim, que lembram as flores da Parrotia persica, cujo néctar generoso atrai abelhas e borboletas.
- Loropetalum Carolina Moonlight: este loropetalum cobre-se de flores brancas que lembram o hamamelis. Folhas verdes claras.
- Loropetalum chinensis Pipa's Red: é uma variedade que se espalha, com rebentos jovens de cor púrpura que se tornam verde-escuro e flores cor-de-rosa profundo.
- Loropetalum chinensis Rose in Black: arbusto de porte irregular. Na primavera, entre março e maio, a sua folhagem púrpura é encimada por uma magnífica flor, ligeiramente perfumada, que combina o vermelho, o rosa e a magenta. Na maturidade, este arbusto atinge uma altura e uma envergadura de um metro.
- Loropetalum Rouge de la Majorie: plante perenne com folhagem roxa, para canteiros, sebes e terraços. Uma flor original com uma forma surpreendente e um brilho que contrasta com a folhagem em março e abril. É uma exclusividade LVHS - Loire Valley Horticultural Sourcing.
- Loropetalum chinensis Snow Dance: as flores brancas contrastam com a folhagem verde-clara.
Na natureza o loropetalum é um arbusto de forma irregular e muito ramificada, com folha perene ovalada que brota com coloração avermelhada passando depois a verde escuro ou vermelho cor de vinho nas variedades com folha purpúrea.
Com as suas folhas grossas e ovais, o loropetalum não se limita a ficar verde e oferece-nos tons de vermelho, púrpura e por vezes, até bronze.
As suas folhas, muitas vezes tingidas de roxo ou de vermelho consoante a variedade, dão um toque de cor e de sofisticação numa coleção de bonsais, mesmo fora da época da floração. Mas o que realmente a distingue é a sua floração espetacular com as suas flores delicadas em forma de alça, de cores vivas como o rosa fúcsia ou o branco, que iluminam a árvore com elegância.
Folhas alternas , coriáceas, ovais, inteiras, ligeiramente oblíquas, com caules curtos e estípulas membranosas. Flores dispostas em espigas em forma de cabeça ou curtas, bissexuais, de quatro dígitos com destaque no tubo do cálice en cone invertido, conado com o ovário, ou seja, as folhas são fundidas na base como na madressilva.
Nas regiões mais frias pode perder a folha, como qualquer bonsai de folha caduca, com temperaturas muito baixas, voltando a brotar no início da primavera.
A floração do loropetalum é uma característica impressionante desta árvore. No final do inverno e na primavera, produz uma abundância de flores pequenas e delicadas que vão do branco ao rosa vivo. Esta floração precoce não é apenas atrativa, mas também benéfica para atrair os primeiros polinizadores da estação.
As flores do loropetalum são frequentemente agrupadas em cachos apertados, aumentando o atrativo visual do arbusto. A variedade Fire Dance, por exemplo, é particularmente conhecida pelas suas flores cor-de-rosa intenso, que contrastam lindamente com a sua folhagem púrpura.
Floração abundante na primavera, flores muito vistosas com quatro pétalas, de cores variadas, na maioria das vezes rosa magenta e muito copiosas, com pétalas muito finas tipo franjas surgindo na primavera e permanecendo até ao final do verão.
Existem duas variedades de loropetalum, o loropetalum chinensis com folhas verdes e flores brancas e o loropetalum chinensis rubrum com folhas ppurpúrea e flores rosa.
Como podar o loropetalum chinensis?
É fácil notar o rápido alongamento dos ramos durante o período vegetativo, sendo necessário várias podas em verde, ou seja, pinçagem com os dedos ou até com uma tesoura fina, sempre a seguir a floração.
É aconselhável podar o bonsai loropetalum chinensis logo a seguir a floração, cortando os brotos vigorando na base do tronco.
Durante o período vegetativo convém pinçar com muita frequência os ramos novos, deixando apenas as duas primeiras folhas.
A poda de estruturação realiza-se no inverno, com a seiva parada:
A poda de estruturação do bonsai permite manter a árvore compacta e definida.
A poda de estruturação consiste em definir as bases gerais do tronco e dos ramos principais, elementos decisivos para transmitir a perceção que o autor quer dar ao seu bonsai, ou seja, a força, a elegância, a ligeireza e o movimento. Poda que também pode ser realizada ao mesmo tempo que o trasnplante e assim aproveitar para conseguir o equilíbrio entre a parte aérea e a parte radicular.
Ler artigo original sobre a poda de estruturação do bonsai.

Loropetalum chinensis 9 anos iberbonsai.
A aramação do bonsai loropetalum chinensis é feita na primavera e verão, a madeira não engrossa muito rapidamente, mas convém vigiar constantemente o arame para não ferir a casca. Neste caso é recomendado retirar o arame e voltar a colocar um novo sem apertar em demasia..
A colocação do arame tem uma importância fundamental na estética do bonsai.
É a operação que permite orientar e dirigir os ramos, processo determinante na estilização que pretendemos dar ao nosso bonsai, dando a harmonia e mais especificamente o estilo desejado.
A aramação do bonsai consiste em enrolar um arame de alumínio anodizado ou de cobre cozido em volta do tronco ou de um ramo para modificar a sua direção, tendo em vista a definição da forma pretendida..
Ler artigo original sobre como aramar o bonsai.
O arame tem de ter um apoio para ser eficaz, deve-se começar a colocar o arame no torrão diretamente e enrolar em volta do tronco ou dos primeiros ramos mais baixos.
Para os ramos superiores começar a partir do tronco ou à volta de um ramo mais grosso, respeitando sempre um ângulo de quarenta e cinco graus, começando sempre pelo ramo mais grosso e seguindo até ao ramo mais fino.
Não é indicado aramar um bonsai a seguir ao transplante.
Multiplicação do bonsai loropetalum chinensis por sementeira direta.
Primeiro, preparar um substrato composto por trinta por cento de areia fina e de preferência lavada e setenta por cento de substrato à base de folhas, tipo turfa, mas muito fino.
Segundo, encher os recipientes ou vasos, calcar ligeiramente com um pau ou uma tábua e repartir as sementes no substrato.
Cobrir as sementes com o mesmo substrato e colocar os recipientes ou vasos a vinte ou vinte e quatro graus, à luz, durante o dia e quatorze graus durante a noite.
Podemos cobrir com um filme plástico transparente para manter a temperatura e higrometria.
NOTA:
Nunca cobrir uma semente com substrato com mais que uma vez a sua espessura.
Ler artigo original sobre a sementeira do bonsai.
Multiplicação do bonsai loropetalum chinensis por estaca semilenhosa:
É a estaca de mais fácil elaboração e a mais habitual no mundo hortícola e no bonsai também, se aplica a muitas espécies perenes e coníferas. Na iberbonsai recolhemos as estacas de loropetalum chinensis no fim de agosto até início de setembro com madeira já amadurecida. A técnica consiste em recolher ramos com uma parte amadurecida e outra mais tenra e ainda verde na extremidade.
Cortar um ramo de dez a quinze centímetros de comprimento, sempre abaixo de um nó, única zona onde podem nascer as futuras raízes. Tirar os galhos laterais e tirar também a quase totalidade das folhas, deixando apenas as duas ou três últimas folhas, o objetivo é preservar as reservas nessas últimas folhas, que por outro lado não podem ser muito grandes para não desperdiçar a água pela evaporação ou transpiração.
As estacas serão de seguida enterradas até metade da altura num substrato muito leve, apertando bem em volta para não deixar ar junto ao ramo o que provocaria a secura e impedir o nascimento de novas raízes. Manter num ambiente húmido tipo nevoeiro até começar a ganhar as primeiras raízes, depois passar a regar com microaspersores.
Ler artigo original sobre a estaquia do bonsai.
NOTA:
Como para a maioria dos bonsais é imperativo proteger o bonsai loropetalum chinensis do sol direto no verão com uma rede de sombra por exemplo.
Ler artigo sobre o sombreamento do bonsai.
O transplante do bonsai loropetalum chinensis.
O transplante efetua-se entre dezembro e fevereiro para o loropetalum chinensis de folha purpúrea e início de março para o loropetalum chinensis de folha verde, resguardando o vaso do frio ou pelo menos protegendo o torrão com turfa ou palha em caso de geadas. O substrato indicado é akadama hard quality, é o substrato ideal para o cultivo do bonsai. Na iberbonsai, no transplante de loropetalum, costumamos misturar até vinte por cento de kanuma nos bonsais mais jovens e vinte a trinta por cento de pómice nos bonsais mais velhos.
Um bom substrato é aquele que absorve a água por capilaridade, como uma pedra de açucar e que consegue retê-la sem por isso ficar encharcado, libertando o excesso que poderia provocar a asfixia das raízes.
Para obter bons resultados aquando da rega do bonsai, um bom substrato deve apenas reter a quantidade de água que o grão pode absorver, deixando evacuar o resto pelos furos do vaso.
Particularidade da akadama:
A akadama quando seca é de cor clara e quando húmida é de cor escura, facilitando assim a tarefa da rega.
As vantagens da akadama são evidentes: drenagem perfeita, conserva a humidade, deixa circular o ar e a água, retém os nutrientes que, como já vimos, são elementos fundamentais para o crescimento do bonsai.
Ler artigo original sobre a akadama para bonsais.
O bonsai loropetalum chinensis numa coleção:
Numa coleção o loropetalum chinensis será sempre exposto isoladamente, em razão da cor e textura da sua folhagem e respetivas flores.
Quais os estilos mais encontrados no bonsai loropetalum chinensis?
- Estilo hokidashi: estilo de bonsai em forma de vassoura, os galhos seguem em todas as direções formando e abrindo-se como um leque.
- Estilo Sharimiki. Também adequado para formar um tanuki com troncos jovens e flexíveis. O estilo que o tanuki imita é sharimiki, ou seja, estilo de bonsai com madeira exposta, com o tronco retorcido e esbranquiçado. O que é comummente chamado de tanuki é um tipo de bonsai criado a partir da união de uma árvore morta e de uma árvore viva, daí a dúvida que persiste sobre se estamos realmente a falar de um bonsai ou de uma peça de montagem. Em princípio devemos respeitar a mesma natureza no que diz respeito à madeira morta e à árvore viva, mas muitas vezes não é o caso, sendo o objetivo principal o trabalho final como exemplar, qualquer que seja a espécie.
É uma técnica de treino utilizada para modelar uma árvore na qual uma árvore viva é misturada com a casca de uma árvore morta.
Ler mais sobre o tanuki em bonsai
Ler artigo original sobre os estilos de bonsais.
Qual a originalidade do bonsai loropetalum chinensis?
A originalidade do loropetalum reside na sua magnífica folha de cor purpúrea irresistível assim como da sua espetacular floração no fim do inverno e início da primavera, que se destaca entre os outros bonsais que começam a despertar e que deixamos alguns exemplos:
- As azáleas indicum ou satsuki e as azáleas japónica no auge da sua floração. A palavra satsuki corresponde ao quinto mês do antigo calendário lunar oriental, a folha da satsuki ou rododendro indicum é estreita e mais alongada, não é tão arredondada como a da azálea japónica, ou seja, do rododendro obtusum, enquanto a azálea japónica é caracterizada pelas suas pequenas folhas e abundantes flores em trombetas e de inúmeras cores como vermelho, rosa, branco e lilás. As flores unem-se para cobrir completamente a planta quando esta floresce.
Ler artigo original sobre o bonsai azálea satsuki.
- As macieiras que começam a apontar os primeiros brotos de flores brancas rosadas nomeadamente o malus everest, muito apreciado pelas suas flores rosa intenso que a seguir ficam brancas. Maçã sem sabor, amarela-alaranjada e avermelhada de um a três centímetros de diâmetro que permanecem na árvore até ao fim do ano.
- O prunus tomentosa com a sua notável pequena e discreta flor branca que nasce sobre os ramos nus, antes da aparição das folhas.