
jin-shari em bonsai
O bonsai não é só uma planta “desenhada” pela poda ou colocação de arame de alumínio ou de cobre, mas é também e sobretudo uma verdadeira e autêntica obra de arte e a prática do jin/shari no bonsai é a prova mais espectacular que se consegue numa planta natural e em constante desenvolvimento.
O que é o jin e shari em bonsai?
Jin é uma parte descascada do galho.
Shari é uma parte sem casca do tronco.
São técnicas utilizadas para dar impressão de velhice, com a criação de madeira morta, numa árvore que vive nas montanhas com condições extremas, fustigada pelos elementos da natureza. Tenta-se criar uma réplica mais próxima de um exemplar natural, maltratado pelo ecossistema ao longo do tempo.
Jin-Shari
Tentamos imitar, com essas técnicas, o que aconteça na natureza. A madeira morta numa árvore é criada pela exposição prolongada de seca, gelo, vento forte, neve … ou que não pode acontecer naturalmente nos nossos bonsais porque estamos sempre a protegê-los.
Em princípio usamos a técnica do Jin/Shari em árvores perenes nomeadamente coníferas (juniperus), é raro encontrar uma árvore de folha caduca apresentando um Jin ou Shari, mas é perfeitamente possível.
Nota:
Mais de 60 "variedades" entre "clones" e "cultivars" são referenciadas na "espécie" juniperus chinensis, cujo o mais conhecido é o juniperus itoigawa em bonsai.
Itoigawa é uma cidade no japão. no norte da iloha de Honshu na provincia de Niigata.
Esta variedade se encontra na natureza e no estado selvagem só nas encostas dos montes Myôjô e Kurohime á mais de 1000 metros de altitude.
Já não há no habitat natural. Os exemplares que podemos encontrar no mercado são originários de produtores que fazem multiplicação de estacas de itoigawa a partir dos restos de poda.
A particularidade do juniperus chinensis itoigawa resida na sua folhagem, muito fina com delicadas escamas. Suporte extraordinariamente bem a poda e á pinçagem.
Na maioria das vezes aproveitamos um erro ou um defeito numa árvore para decidir de criar um Jin, cortar e descascar uma parte ou mesma o tronco para conseguir o nosso projecto estético.
O Jin é a técnica que consiste em tirar a casca num ramo ou parte de ramo que não seja vital para a árvore, cujo objectivo è aparentar padecer de condições climáticas extremas.
O Shari é a mesma técnica mas aplicada ao tronco da árvore, por vezes de forma tão intensa que podemos ver uma parte muito reduzida da casca original alimentar a árvore.
O Jin-shari deve parecer o mais natural possível. Numa primeira fase, convém marcar o contorno do Jin (com marcador), a seguir e com ajuda de um x-ato ou outra ferramenta cortante, elaborar um corte seguindo o contorno marcado.
Depois já podemos começar a retirar a madeira com ajuda de uma tenaz (racha-tronco) e de seguida, com o alicate jin, continuamos o trabalho nas zonas que queremos cavar com maior profundidade.
O objetivo é moldar e formar a madeira com lixadeira ou qualquer ferramenta rotativa equipada com fresas próprias e polir a madeira morta para limpar as partes onde a casca foi retirada e para que sobressai a aparência lisa do Jin.
A seguir devemos aplicar um líquido a base de enxofre (ácido sulfúrico) com um pincel ou um pano seco.
O produto além de proporcionar a cor branca que faz sobressair a folhagem, tem a particularidade de ser um excelente fungicida e diminua o processo de decomposição natural da madeira.
Certo que não é obrigatório realizar um jin/shari sobre o bonsai
para conseguir um especimen de grande distinção, mas quando conseguimos um é notório o efeito deslumbrante que pode provocar.
Em coníferas como o Juniperus por exemplo, consegue-se extraordinária obra de arte e escultura viva graça ao contraste da folhagem com a madeira tratada.