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Cotoneaster em Bonsai
Encontra-se em muitas partes do mundo como a Europa, África do norte, China e Himalaias, em penhascos e nas montanhas em terreno rochoso ou com muito cascalho, a maioria dos cotoneaster possuem raízes que permite agarrarem-se às rochas.
O cotoneaster é uma magnífica planta para trabalhar em bonsai.
O gênero cotoneaster contem mais de 50 espécies como por exemplo cotoneaster horizontalis, cotoneaster franchetti, cotoneaster skogolmen,cotoneaster damnerii, cotoneaster microphyllus etc...
O principal encanto do bonsai cotoneaster são as bagas vermelhas que aparecem a seguir a uma abundância de pequenas flores brancas ou cor de rosa.
Pequenas folhas, perenes ou caducas, que mudam de cor no outono ficando amarelo alaranjado.
È recomendado eleger as variedades com crescimento mais lento para bonsai.
Muito fácil de tratar e indicado como primeiro bonsai por ser muito resistente, fácil de modelar e tolera os erros de principiantes.
O bonsai cotoneaster é de crescimento muito rápido e não tem espinhos. Graças a sua ramificação densa e fina e suas folhas de tamanho reduzidas, é o bonsai indicado para realizar Mame ou Shohin, mas já não é muito aconselhável para formar em tamanho maior.

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Multiplicação por sementeira ou estaca.
1- Sementeira: exemplo do cotoneaster horizontalis,
A título indicativo, um grama contém 90 sementes e a taxa de germinação é de 50%. Imersão das sementes na água durante 48 horas, a seguir estratificação a frio a 3º/5ºC durante 90 dias
Relembramos aqui algumas indicações e conselhos para conseguir com sucesso a sementeira:
Em Março-Abril é altura das sementeiras de bonsai. A sementeira é a parte mais difícil na obtenção de um bonsai desde o início.
A Estratificação consiste em guardar as sementes num meio específico, num local quente ou frio dependendo das espécies. A Estratificação a frio ajuda a semente a sair do período de “dormência” fragilizando o caroço, que fica mais quebradiço.
Na prática, a estratificação consiste em colocar as sementes numa mistura de areia com turfa fina (50/50), ligeiramente humidificada mais ou menos 12-15%.
É recomendável peneirar a mistura, tanto a areia assim como a turfa fina, antes de colocar as sementes, será assim mais fácil recuperar as sementes no fim da estratificação.
Uma vez as sementes colocadas na mistura areia/turfa, juntar tudo num saco plástico, esvaziar o ar e selar hermeticamente.
Colocar o saco plástico num local a 3/5ºC para uma estratificação fria.
Realização da sementeira: primeiro, preparar um substrato composto por 1/3 de areia fina (de preferência lavada) e 2/3 de substrato a base de folhas (tipo turfa mas muito fino).
Segundo, encher os recipientes ou vasos, pisar ligeiramente com um pau ou uma tábua e repartir as sementes no substrato.
Cobrir as sementes com o mesmo substrato e colocar os recipientes ou vasos a 20/24ºC (à luz) durante o dia e 14/15ºC durante a noite.
Podemos cobrir com um filme plástico transparente para manter a temperatura e higrometria.
Nunca cobrir uma semente com substrato com mais que uma vez a sua espessura.

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2/ estaca:
Semi lenhosa, é a estaca de mais fácil elaboração e a mais habitual no mundo hortícola e no bonsai também, aplica-se a muitas espécies perenes e coníferas. Recolha das estacas no fim do verão e no início do outono com madeira já amadurecida.
Consiste en recolher ramos com uma parte amadurecida e outra mais tenra e ainda verde na extremidade, em regra geral em agosto até meados de setembro.
Cortar um ramo de 10 a 15 cm de comprimento, sempre abaixo de um nó, única zona onde podem nascer as futuras raízes. Tirar os galhos laterais e tirar também a quase totalidade das folhas, deixando apenas as 2 ou 3 últimas folhas, o objectivo é preservar as reservas nessas últimas folhas, que por outro lado não podem ser muito grandes para não desperdiçarem a água pela evaporação (transpiração).
As estacas serão de seguida enterradas até metade da altura num substrato muito leve, apertando bem em volta para não deixar ar junto ao ramo o que provocaria a secura impedindo o nascimento de novas raízes. Manter num ambiente húmido tipo nevoeiro até começar a ganhar as primeiras raízes, depois passar a regar com micro aspersores.
Transplante do bonsai cotoneaster:
O cotoneaster é um bonsai de crescimento muito rápido e por isso necessita de ser transplantado quase todos os anos ou pelo menos de 2 em 2 anos num substrato Akadama Hard Quality..
O transplante do bonsai tem como finalidade a renovação do substrato que ficou mais fraco, o corte de raízes muito compridas para provocar a ramificação de raízes mais finas junto ao tronco e também dar mais espaço ao torrão.
Podemos aproveitar também para corrigir a posição do bonsai no vaso.
Ao executar o transplante, não esquecer de colocar redes nos furos maiores dos vasos. Nos furos mais pequenos passa-se o arame que vai segurar a planta ao vaso, fazendo um nó em cima do torrão. Se o vaso não tiver furos mais pequenos, neste caso passamos o arame nos furos maiores através da rede.
A seguir coloca-se um pouco de substrato no fundo do vaso.
Depois de desembaraçar as raízes do bonsai, convém cortá-las de pelo menos 20 a 30%. Colocar o bonsai no vaso e prender com o arame.
Continuar a colocação do substrato até encher o vaso por completo.
Atenção: conforme se vai enchendo o vaso é necessário empurrar o substrato para dentro das raízes com um pau fininho para não as ferir.
Regar a seguir ao transplante e colocar vitaminas para ajudar a recuperação.
Aramação do bonsai cotoneaster
É a operação que permite orientar e dirigir os ramos, processo determinante na estilização que pretendemos dar ao nosso bonsai, dando a harmonia e mais especificamente o estilo desejado.
A aramação de bonsai exige muito cuidado no manuseamento e na forma de moldar o ramo, pois algumas espécies são muito frágeis e podem quebrar com facilidade como é o caso da azálea.
É necessário estarmos atentos, sobretudo na época de crescimento, para prevenir ferimentos desnecessários na casca causados pelo arame.
A aramação do bonsai cotoneaster exige uma particular atenção, pois tem uma casca muito delicada e devemos por isso ter o cuidado de não apertar em demasia o arame que podia deixar marcas indesejáveis no tronco. Convém então enrolar o arame meticulosamente deixando-o ligeiramente folgado.
Por norma a aramação do bonsai cotoneaster efectua-se no inverno com seiva parada. Mais tarde, obriga-nos a redobrar a atenção visto o cotoneaster ser de rápido crescimento e se não for vigiado com regularidade poderia causar danos por estrangulamento.
Deixar o arame pelo menos 3 meses, vigiando sempre para não ferir a casca.
A poda do bonsai.
Caso seja muito complicado proceder a aramação do bonsai cotoneaster, podemos estilizar o bonsai com a poda de estruturação.
A poda de estruturação consiste em definir as bases gerais do tronco e dos ramos principais, elementos decisivos para transmitir a percepção que o autor quer dar ao seu bonsai: força, elegância, ligeireza, movimento… poda que também pode ser realizada ao mesmo tempo que o transplante e assim aproveitar para conseguir o equilíbrio entre a parte aérea e a parte radicular.
Podemos podar ou pinçar o bonsai cotoneaster praticamente todo o ano para manter o desenho, mas especialmente no verão para reduzir a densidade da copa.
Por norma deixamos duas a três folhas novas durante a época vegetativa e retiramos todos os brotos na base do tronco.
A poda de estruturação, mais drástica, realiza-se no inverno até início da primavera, protegendo o bonsai do gelo se necessário. Relembramos que , quanto mais podarmos o bonsai cotoneaster, menos flores e respectivas bagas produzirá e quando mais tarde a poda, mais tarde florescerá.
A poda só se deve realizar em bonsais saudáveis, e não debilitados o que prejudicaria ainda mais o seu estado.
O bonsai cotoneaster presta-se a quase todos os estilos excepto floresta tendo em conta o considerável desenvolvimento dos ramos.
Chokkan: estilo de Bonsai Ereto formal. Tronco bem definido que vai se afunilando até ao topo da árvore.
Moyogi: ereto informal. O tronco apresenta várias curvas que começam na base e diminuem até o seu ápice.
Hokidashi: estilo de Bonsai em forma de vassoura. Os galhos seguem em todas as direções formando e abrindo-se como um leque.
Sekijoju: raízes sobre rocha. A pedra incorpora-se à árvore como se as raízes segurassem a rocha.
Fukinagashi: Estilo de Bonsai - varrido pelo vento - O tronco principal e todos os galhos devem seguir numa direcção única
Kengai: estilo de bonsai em cascata - Estilo que retrata árvores que se sustentam na superfície de montanhas ou em fendas de um penhasco. O tronco deve pronunciar-se para fora do vaso e mergulhar.
Considerando as cores das flores e das bagas do bonsai cotoneaster,
recomendamos a utilização de vasos cor castanho escuro, verde escuro ou azul escuro, e regra geral com pouca profundidade, excepto estilo cascata.